Viaja sãopaulo

Rio é o cenário preferido de paulistanos no verão, mostra pesquisa

O Rio de Janeiro foi escolhido o melhor destino de verão para 10% dos entrevistados pelo Datafolha na pesquisa sobre os melhores destinos e serviços de viagem. 5% dos ouvidos pela pesquisa citaram a capital fluminense como o melhor destino bom e barato. Ícone da cidade, o Cristo Redentor foi apontado como a melhor atração turística nacional por 15% dos consultados. Veja aqui quais foram os critérios avaliados.

Carioca honorária por mais da metade da vida (sou de Niterói, do outro lado da baía), morei três anos em São Paulo.

A cada vez que voltava ao Rio de Janeiro, quando o avião finalmente freava na pista curta do Santos Dumont —quem sabe, dependendo da rota e do tempo, depois de descrever aquela curva panorâmica sobre o Pão de Açúcar—, pensava comigo: bem-vinda ao balneário.

Não havia nenhum viés pejorativo nessa autossaudação. O encanto da cidade, ou pelo menos de sua porção mais frequentada pelos turistas, é a sensação de relaxamento e liberação das obrigações que os espaços amplos nos proporcionam.

Os moradores do Rio sempre foram turistas em sua própria terra, mas a distância temporária magnifica isso. Ela permite entender o porquê de paulistanos terem na cidade o seu destino de férias favorito -logo eles que, a julgar pelo noticiário, encontram-se bastante divididos sobre os melhores usos de sua urbe.

Aqui nunca se viu, por exemplo, grita contra as ciclovias, e o fato de o Aterro do Flamengo e as avenidas litorâneas serem fechadas ao trânsito de veículos no final de semana é tão natural quanto preferir o feijão preto ao carioquinha, o eleito daquela enigmática metrópole ao sul do país.

Portanto, o segredo do Rio —ou nem tanto, já que óbvio— é que é possível divertir-se muito flanando por espaços públicos, gastando pouco ou quase nada. Estão incluídos praias, Lagoa, Aterro, Jardim Botânico, Lapa, Santa Teresa (ora prejudicada pela ausência do bondinho, que só volta a fazer seu percurso completo em 2017).

Também vem no pacote o Rio Antigo, cujo circuito passou a incluir a zona portuária remodelada —os bares do Largo de São Francisco da Prainha, os espetáculos de perna-de-pau na praça da Harmonia, o samba na Pedra do Sal, os ateliês do morro da Conceição e do morro do Pinto, o sítio histórico do cais do Valongo, onde aportavam navios com africanos escravizados e que foi desenterrado há quatro anos.

Essa característica tem seu auge no Carnaval de rua —que os paulistanos estão ressuscitando, não sem alguma oposição, uns dez anos depois de os cariocas o terem feito. É verdade que os blocos já estão ficando lotados demais, e é preciso ter bons contatos para descobrir aqueles em que não se corre o risco de ser esmagado.

Com sorte, tem-se a possibilidade de presenciar momentos históricos—como a única vez, em 2009, em que o Exalta Rei desfilou no bairro da Urca e foi saudado da varanda por Roberto Carlos, seu inspirador.

O carioca, porém, não considera que sua cidade seja boa e barata em todas as circunstâncias. Anda especialmente revoltado com bares e restaurantes cujos preços são inversamente proporcionais à qualidade do serviço e à pretensão dos cardápios. Mesmo estabelecimentos da melhor tradição portuguesa de fartura a custos razoáveis, como o Capela, na Lapa, e o Lamas, no Flamengo, andaram praticando reajustes desproporcionais.

Em reação à cobrança extorsiva, imaginou-se uma moeda fictícia, o $urreal, cujo uso é denunciado em jornais e redes sociais. Já os táxis ainda são mais em conta —para ir do Santos Dumont a Copacabana, paga-se metade do cobrado no percurso entre Congonhas e a Consolação.

E, claro, subir ao Corcovado é tão caro —os ingressos inteiros vão de R$ 51 a R$ 62— quanto inescapável, embora os cariocas só o façam, praguejando apesar da recompensa da vista, quando têm alguém de fora para ciceronear. A fila para subir ao Cristo Redentor pode levar horas. São 6.140 visitantes por dia na média do ano e, como o trenzinho não dá conta da demanda —sua capacidade é de 345 passageiros por hora, contra 558 turistas—, muita gente tem que se resignar a subir de van.

Por isso, o programa é mais recomendável de abril a junho, quando há menos gente, faz menos calor e a luz de outono deixa o Rio no ponto máximo de sua boniteza.

*

QUEM LEVA

TAM Viagens - (11) 3274-1313, www.tamviagens.com.br. A partir de R$ 288*. Inclui aéreo, duas noites em quarto compartilhado, com café da manhã. Saídas regulares: agosto e novembro.

Clicktur - (11) 4562-4361, www.clicktur.tur.br. A partir de R$ 559*. Inclui aéreo, traslados e duas noites em apto. duplo, com café da manhã. Saídas em setembro (exceto feriados).

Azul Viagens - (11) 4003-1181, www.azulviagens.com.br. A partir de R$ 700*. Inclui aéreo, duas noites em apto. duplo, com café da manhã. Saída: 6/11.

*Preço por pessoa. Não inclui taxas.

Publicidade
Publicidade