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Paris é melhor destino romântico para paulistanos, diz Datafolha

A capital francesa foi citada como destino dos sonhos por 7% dos ouvidos pelo Datafolha na pesquisa sobre os melhores destinos e serviços de viagem. A cidade ainda foi eleita como melhor destino romântico por 19% dos consultados, além de embalar os corações de 26% dos paulistanos mais ricos. Veja aqui quais foram os critérios avaliados.

O que faz de Paris uma cidade tão desejada pelos turistas —um destino dos sonhos, e tão romântico, como na imaginação de boa parte dos paulistanos?

Antes de tudo, o mito.

A França e Paris disputaram, ao longo da história, um lugar central no imaginário do Ocidente. Sua aristocracia luxuosa e esbanjadora fascinou as cortes de toda a Europa, que a imitaram por séculos. Vem dessa época a fantasia de Paris como sede mundial do requinte, da elegância e da moda. E também da libertinagem, que era mais do que uma prática entre os nobres e os não tão nobres: era uma atitude intelectual.

No século 18, as ideias iluministas, em grande parte difundidas por filósofos e escritores franceses, arrebataram os espíritos cultivados da Europa, de leste a oeste.

Paris configurou-se como o lugar onde florescia um novo homem, livre das superstições do passado. A intelligentsia francesa, com seu gosto pelo racionalismo, a especulação filosófica e a crítica social, iria determinar os debates nas ciências humanas até os anos 1970.

A Revolução de 1789 tornou a França o epicentro de um terremoto que destruiria o mundo aristocrático europeu. O país se colocou na vanguarda do surgimento da nova civilização democrática, e todo o Ocidente, em seu esforço de modernização, se fez herdeiro dessa ruptura sangrenta.

A influência da França não parou de crescer no século 19: as conquistas napoleônicas (1803-1815), que uns temiam e outros desejavam; a opulência do Segundo Império (1852-1870), quando se desenhou o traçado urbano de Paris e uma nova concepção de cidade, burguesa, individualista, consumista; a exuberância da Belle Époque (do final do século 19 até a Guerra de 1914), período que representou o auge da capital francesa, tanto mais devido a invenções técnicas que ali nasceram e transformariam o planeta, como o cinema (1895) e o avião (1906). Foi também na Belle Époque que o engenheiro Gustave Eiffel, em 1889, inaugurou a torre que se tornaria um fetiche mundial.

Enquanto isso, irradiavam de Paris, com mais polêmica e estardalhaço do que em qualquer parte, sucessivas e influentes escolas literárias e artísticas: o romantismo, o realismo, o impressionismo, o simbolismo, até as explosões vanguardistas do início do século 20 (o cubismo, o surrealismo...), quando a cidade era o pouso ideal dos rebeldes modernistas de toda parte, do russo Igor Stravinsky à americana Gertrude Stein.

Foram esses artistas que ajudaram a enraizar Paris no imaginário mundial: da Notre Dame de Victor Hugo (1802-1855), com seu corcunda, ao Moulin Rouge de Toulouse Lautrec (1864-1901); da Champs Elysées de Marcel Proust (1871-1922) à Champs Elysées de "Acossado", filme de Jean-Luc Godard (1930-); dos "Mistérios de Paris", o folhetim idolatrado de Eugene Sue (1804-1857), a "Paris É Uma Festa", de Ernest Hemingway (1899-1961). Sem falar nas canções de Edith Piaf, nas coleções de Yves Saint Laurent e nas loucurinhas de Amélie Poulain.

A progressiva expansão geopolítica dos EUA foi, pouco a pouco, ofuscando a influência cultural francesa, mas não arrefeceu o mito de Paris. Ao contrário, Hollywood, obcecada pelos charmes da Cidade Luz, alimentou sem parar o seu culto. Centenas de recriações de Paris saíram dos estúdios californianos, de "Intolerância" (1916), de David Griffith, à "Irma La Douce" (1963), de Billy Wilder, de "Sinfonia de Paris" (1951), de Vincente Minnelli, a "A Invenção de Hugo Cabret" (2012), de Martin Scorsese.

Tudo isso entranhou nas pessoas o mito de Paris, transmitido de geração a geração, e cristalizado na paisagem extraordinária da cidade: as margens luminosas do rio Sena, as ruelas e os boulevards, os jardins deliciosos, as praças escondidas nos miolos dos bairros, os cafés em toda parte, o comércio chique, os bairros multiculturais, os palácios suntuosos e as pequenas casas esquecidas na colina de Montmartre... Um conjunto urbano que parece ter sido erguido para o deleite contínuo dos habitantes e visitantes, como um convite perpétuo à errância, à admiração e ao devaneio.

São dois segredos muito bem guardados de Paris: como a cidade conseguiu sobreviver à história, fazendo-se mito, e como, em pleno século 21, esse mito não cessa de se renovar, agora com os sonhos de todo mundo.

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QUEM LEVA

CVC - (11) 3003-9282, www.cvc.com.br. A partir de R$ 3.168*. Inclui aéreo, quatro noites em apto. duplo no Kyriad Montmartre Porte Clignancourt, cruzeiro pelo Rio Sena e almoço na Torre Eiffel. Saída: 06/9.

Visual Turismo - (11) 3235-2000, www.visualturismo.com.br. A partir de R$ 7.836,98*. Inclui aéreo, traslados e cinco noites em apto. duplo. Saídas a partir de agosto.

New Age - (11) 3138-4888, www.newage.tur.br. A partir de R$ 4.152,95*. Inclui aéreo e quatro noites em apto duplo. Saídas até 25/10.

Submarino Viagens - (11) 4003-9888, www.submarinoviagens.com.br. A partir de R$ 2.928*. Inclui aéreo e seis noites em apto duplo. Saída: 22/9.

*Valor por pessoa e sujeito a variação de câmbio. Não inclui taxas.

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