Jovem oferece serviço de manutenção para mulheres e bomba na internet

Quando a editora de vídeos Ana Luisa Monteiro ofereceu serviços de manutenção doméstica no Facebook, não sabia que estava descobrindo um nicho de mercado. Em resposta, recebeu centenas de mensagens, ligações e pedidos de amizade.

Uma semana depois da postagem, a mineira de 26 anos decidiu largar o emprego em uma produtora para usar a furadeira profissionalmente.

Os motivos de tanta procura ficam claros nos comentários da oferta publicada na rede social: muitas mulheres elogiaram a ideia e contaram episódios de constrangimento ao receberem funcionários do sexo masculino em casa.

Em maio, relatos semelhantes apareceram na imprensa quando uma jornalista divulgou as cantadas e provocações que recebeu, por WhatsApp, de um atendente da Net que a atendeu por telefone.

Ana diz que mulheres de todo o país compartilharam suas histórias com ela. A que mais lhe tocou foi a de uma jovem alagoana que contou ter sido assediada por um montador de móveis após pedir um desconto. "O cara passou a mão na bunda dela e disse que poderia cobrar mais barato."

Foi após uma experiência parecida que a mineira resolveu desenvolver a ideia da Mana Serviços de Manutenção Residencial. Segundo a própria, ela estava sozinha durante a troca de um botijão de gás quando o entregador perguntou várias vezes se havia mais alguém ali. Apreensiva, chamou o segurança da rua, que a acompanhou até o homem ir embora.

Foi então que, no começo do mês, ao ver uma amiga pedindo indicações de pessoas que instalassem telas de proteção, Ana, que fazia os consertos de graça, propôs: colocava as telas em troca de um banner de divulgação.

Desde então, trocou resistência de chuveiro, arrumou descarga e fez reparos elétricos, tudo aprendido com o primo e o avô. O preço mínimo, para trocar uma carrapeta (vedante) de torneio, é R$ 40.

A recepção, diz, tem sido positiva. Nas casas que visita, afirma ser bem recebida pelas clientes. Sua primeira contratante, a designer Paula Torrecilha, gostou: "Prova a existência de uma grande demanda das mulheres e que elas são capazes, apesar de não serem encorajadas."

Ana agora quer estruturar o negócio e fazer um curso técnico. Planeja convocar mais meninas e também gravar tutoriais. Claro, sem a parte do "tão fácil que até mulher pode fazer".

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