Depois de ser apresentado no festival Anima Mundi, em julho, o longa francês "O Pequeno Príncipe" estreia em circuito nacional —são algumas cópias legendadas e a grande maioria em português (com dublagem dos atores Marcos Caruso e Larissa Manoela).
Mas atenção: o filme não é uma adaptação fiel do livro célebre de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944).
Dirigida por Mark Osbourne (de "Kung Fu Panda") e roteirizada por Irena Brignull (de "Os Boxtrolls"), a animação conta a história de uma menina que é constantemente cobrada por sua mãe para ser a melhor aluna.
Quando se muda para uma casa nova, ela conhece um excêntrico vizinho: um aviador. Ele passa a lhe contar a história de "O Pequeno Príncipe".
É aí que aquela menina descobre o que são a fantasia e a diversão.
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A DESCOBERTA DO PRÍNCIPE
O diretor Mark Osbourne tinha receio do filme. Conforme afirmou à Folha em julho, ele nem queria que o longa fosse homônimo ao clássico —por medo de que os fãs do livro se decepcionassem. Mas uma transposição criativa pareceu-lhe a melhor alternativa. "O livro pode ser interpretado de tantas maneiras que é impossível de ser traduzido para o cinema", afirmou. Funciona: sensível, o longa mostra como uma obra literária pode mudar a vida das pessoas.
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MIX DE ANIMAÇÕES
"O Pequeno Príncipe" é composto de duas histórias paralelas, e cada uma delas ganhou um estilo de animação no filme. As aventuras da menina e do aviador são mostradas em 3D. Mas, quando ela escuta histórias sobre o Pequeno Príncipe, as sequências são em stop-motion —e essas, sim, carregam toda a poesia de Saint-Exupéry (os personagens até falam em segunda pessoa) e contemplam passagens e figuras secundárias do clássico, como a Raposa, a Rosa e o Homem de Negócios.