Se a capital paulista fosse um país, estaria enviando ao exterior mais turistas que a África do Sul, Israel e a República Tcheca. Seria quase o dobro do Chile, perderia para a Argentina e teria um terço da potência do México, que ocupa a 15ª posição no ranking da OMT (Organização Mundial do Turismo).
A força turística de São Paulo, que sempre foi o motor dos voos internacionais, também está se ampliando nas rotas domésticas. De acordo com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que regulamenta o setor, a participação dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos nos embarques para outros Estados foi de 13% entre janeiro e maio de 2013. No mesmo período deste ano, esse índice saltou para 22%, mesmo com a ampliação do aeroporto de Brasília, outro importante centro de conexões para o Nordeste e o Centro-Oeste do país.
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Os que saem de São Paulo são o carro-chefe do turismo no Amazonas, onde fica a Zona Franca de Manaus. Sozinhos, representam 17,5% dos visitantes no Estado. Como pelo menos um terço deles vai para lá a negócio, estima-se que cerca de 135 mil tenham visitado o local a lazer. É mais do que o total de americanos interessados na floresta e nos passeios ao longo do rio Amazonas. Em 2014, os EUA foram o país que mais enviaram turistas para a região.
Essa situação se repete em diversos Estados do Nordeste, especialmente Ceará e Paraíba, onde, segundo as secretarias de Turismo, os que chegam de São Paulo representam 25% e 40% do movimento total, respectivamente.
Em Porto Seguro (BA), a presença é tão forte que a operadora CVC, sozinha, possui seis hotéis à sua disposição -sim, não adianta tentar um quarto no balcão, porque eles não atendem o público em geral.
Nessa época do ano, a operadora também costuma fretar aeronaves somente para levar seus clientes de São Paulo a Porto Seguro.
PARA ONDE?
Com o real desvalorizado, os paulistas frearam um pouco suas viagens ao exterior. Preferem cada vez mais os destinos nacionais, e mais econômicos, o que explica o aumento da concentração dos aeroportos da capital nos voos domésticos.
A expansão dos voos da Azul nos aeroportos da capital paulista também ajudou a turbinar os números de embarques para destinos em outros Estados do país.
Apesar do enfraquecimento do real, os embarques para os EUA seguraram um pouco a queda dos voos internacionais. Para se ter ideia, a quantidade de turistas embarcados de São Paulo para cidades norte-americanas perdeu por pouco para as cidades do Paraná, segundo maior destino nacional, e superou as de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, em terceiro lugar.
Na lista dos embarques também surgiu uma surpresa. O Panamá, décimo país entre os destinos mais visitados a partir de São Paulo, superou roteiros clássicos como Portugal e o Paraguai.