Ícone folk, Iron & Wine promete show intimista no Cine Joia; leia entrevista

Mais conhecido como Iron & Wine, Sam Beam faz nesta quarta (2), no Cine Joia (centro de São Paulo), uma apresentação solo, intimista e acústica —o músico norte-americano promete uma conversa, não um setlist.

Os ingressos, de R$ 80 a R$ 160, estão à venda no site Live Pass.

Esta é a primeira vez em que Beam, ícone do novo folk, visita o Brasil. "Estou muito empolgado", diz.

Thomas Jackson/Divulgação
roteiro shows Iron & Wine
Em primeira apresentação no país, Sam Beam dispensa banda e resgata raridades

Na ocasião, ele resgata canções raras do início da carreira, registradas em seu álbum mais recente, "Archive Series - Volume 1", lançado neste ano.

O processo de elaboração do álbum gerou também o curta-metragem "Dreamers and Makers Are My Favorite People", que mostra registros de Beam, entre fotos, entrevistas e depoimentos.

O ponto de partida e cerne do vídeo é a história do Jerry Run Summer Theatre, em Cleveland, nos Estados Unidos, onde o músico apresentou pela primeira vez as canções antigas.

"Foi estranho voltar a essas músicas, parecido com olhar fotos de quando era jovem e se perguntar por que escolheu aquele corte de cabelo", conta.

Também neste ano, o músico lançou um álbum de covers com seu amigo Ben Bridwell, de Band of Horses, intitulado "Sing Into My Mouth".

Nele, a dupla interpreta 12 faixas de artistas que os influenciaram ao longo dos anos, como Talking Heads, David Gilmour e Sade.

A seguir, assista ao vídeo e leia entrevista com o músico.

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Vídeo

sãopaulo - Por que gravar um álbum de covers com Ben Bridwell e como vocês escolheram o repertório?
Iron & Wine - Ben e eu crescemos juntos, compartilhando músicas e trocando fitas. Quando nos esbarramos em um encontro, pensamos: "cara, nós deveríamos trabalhar em algo juntos". Covers pareciam fazer mais sentido com a maneira como nos tornamos amigos. Nós levamos longas listas de músicas e olhamos as do outro e, no fim, chegamos a uma boa seleção. Foi uma ótima experiência e me diverti muito trabalhando com Ben no estúdio e na turnê que fizemos para divulgar o álbum.

Por que revisitar gravações antigas —apesar de não divulgadas até então— em "Archive Series Volume Nº. 1"?
Bom, na época em que eu lancei meu primeiro álbum ["Creek Drank the Cradle"], eu ainda tinha um monte de outras canções nas quais eu havia trabalhado. Sempre mantive no fundo na cabeça que eu eventualmente as divulgaria —estiveram por aí na internet, mas nunca com uma curadoria. Já faz um tempo que eu gravei essas músicas e neste ano senti que as coisas estavam se alinhando para que elas fossem lançadas.

Como foi o processo de recuperar um pouco do início de sua carreira?
Ouvindo essas músicas eu me senti muito como cumprimentando a mim mesmo —eu normalmente não ouço às minhas canções, então quando decidi lançar a primeira coletânea foi uma jornada estranha. Eu poderia pegar algumas letras que eu mudaria agora ou me perguntar por que usei certa frase. No fim, foi bom voltar atrás e pensar sobre o início. Eu nunca pensei que fosse poder viver da minha arte, então é realmente incrível que eu ainda possa fazer música que as pessoas queiram ouvir!

Tem alguma lembrança marcante que veio à tona no processo de elaboração do álbum?
Foi estranho voltar para essas músicas, muito parecido com olhar fotos de quando você era mais novo e se perguntar por que escolheu certo corte de cabelo. Não posso dizer que adveio algo marcante desse resgate, mas fazer isso de fato trouxe lembranças de lugares em que eu estive e de pessoas que eu tive a chance de conhecer.

Essa será sua sua primeira apresentação no Brasil. Já esteve no país em outras circunstâncias?
Não, essa é a minha primeira vez no Brasil. Estou muito empolgado por finalmente poder vir e fazer alguns shows [o músico também se apresenta no Rio de Janeiro, na quinta (3)]. Não será minha última visita, tenho certeza!

O que podemos esperar do seu show?
Somos apenas eu e meu violão. Solo e acústico. Eu gosto de tocar com minha banda e fazer um show completo, mas também gosto muito da conexão mais íntima com minha plateia que tocar solo me permite. É mais como uma conversa do que apenas um setlist; nenhum é melhor do que o outro, é apenas uma experiência diferente para mim e eu espero que para meus fãs também.

Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. 992 pessoas. Qua. (2): 22h. Ingr.: R$ 160 (estudantes: R$ 80), p/ site Live Pass. CC: M e V. Valet (R$ 30).

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