Filho de Herbert Richers dá aulas de dublagens para leigos e profissionais

Qualquer pessoa que tenha assistido televisão nas últimas décadas deve ter ouvido, em algum momento, a famosa frase "Versão brasileira, Herbert Richers". Ela aparece nos primeiros minutos do desenho He-Man, da série "Barrados no Baile" e do filme "Jurassic Park", por exemplo.

A lista se estende para outros 4.000 títulos, entre desenhos, novelas, seriados e longas-metragens -o que torna bastante improvável que você não a tenha escutado uma única vez.

O que poucos sabem é que o filho do produtor, o ator e diretor carioca Herbert Richers Jr., 60, comanda cursos regulares em um estúdio na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Tarefa: ensinar a técnica da dublagem de maneira "perfeita".

"É possível fazer uma dublagem impecável, perfeita, com todas as respirações corretas, tão boa que o telespectador nem mesmo percebe que aquilo que está vendo é dublado", promete o professor.

Jr. é filho do homem que deu origem a tão conhecida mensagem nas telinhas. Além de ter sido um dos maiores produtores de cinema no país, Richers, o pai [1923-2009], começou a dublar filmes estrangeiros em seu estúdio, no Rio, depois de uma sugestão de ninguém menos que Walt Disney, de quem era amigo.

Richers, o pai, não emprestava a voz para versões nacionais. "Eu nunca pessoalmente dublei, dirigi muita dublagem", revelou o paulista de Araraquara numa entrevista em 2008. O filho, por sua vez, tomou gosto.

"'Ta/ tarara/ tarara/ tata'. Está vendo? Cada um de nós tem um padrão vocal. Se você apreende essa canção, consegue reproduzir", afirma o filho, cuja voz pode ser ouvida na minissérie "The Kennedys".

Por ter praticamente nascido em um estúdio, Jr. encara a dublagem como uma espécie de "quintal de casa". A reputação atrai alunos de todas as idades.

"Quem nunca ouviu 'Versão brasileira, Herbert Richers?'", diz a administradora aposentada Diva Costa, que fez a primeira aula na segunda-feira (14).

Ao todo, são necessários dez dias de aulas, de segunda a quinta, com duração de quatro horas cada uma (a R$ 50 a hora/aula). Um "intensivão", segundo Jr., que no primeiro encontro deixa claro que o método de ensino é baseado em "sua visão".

"E não é um método que você vai encontrar por aí porque é uma sacação minha, de anos como ator e de ter crescido no meio da dublagem", diz.

Uma nova turma com 15 vagas será aberta em novembro (www.hrjdub.com.br/). "Acho que o que eu faço é o resgate da dublagem de qualidade, que foi o que meu pai me deixou." (AMANDA MASSUELA)

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