Chef do Mocotó planeja casa no futuro Instituto Moreira Salles, na Paulista

As longas filas que se formam nas calçadas do Mocotó e do Esquina Mocotó, restaurantes comandados pelo chef Rodrigo Oliveira na Vila Medeiros, zona norte da cidade, devem chegar também à avenida Paulista. Ele planeja inaugurar um restaurante, ainda sem nome definido, na nova sede do Instituto Moreira Salles, programada para abrir ali no início de 2017.

"Foi um convite muito carinhoso do próprio Pedro Moreira Salles, que é frequentador do Mocotó. O primeiro desejo era levar inclusão. Conversamos por muito tempo dentro desse contexto e vimos que a gente tem uma grande afinidade", explica Oliveira, que completa dizendo que o projeto "deve ser oficializado em breve, em alguns meses".

O restaurante vai ficar no térreo do prédio, projetado pelo escritório Andrade Morettin e revestido de vidro, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra. O espaço é um complexo que reúne três salas de pé-direito elevado em que devem acontecer exposições, um cinema, uma biblioteca e também uma livraria.

Leticia Moreira/ Folhapress
mocoto paulista - O chef Rodrigo Oliveira planeja novo restaurante na sede do futuro Instituto Moreira Salles
O chef Rodrigo Oliveira planeja novo restaurante na sede do futuro Instituto Moreira Salles

EMPÓRIO CAFÉ E PRACINHA SÃO OUTROS PROJETOS

Diferentemente do Mocotó, dedicado à cozinha sertaneja, e do Esquina, de referências paulistas, a nova casa vai ter "o país de forma mais plural como inspiração", explica o chef. "Não há cardápio definido ainda, mas a linha condutora são as grandes cozinhas brasileiras com abordagem contemporânea".

O bar deve ter "bastante protagonismo", com drinques feitos à base de cachaça, mas com espaço para outras bebidas. O projeto prevê também um café, que terá comidinhas com a mesma proposta do restaurante.

É a primeira vez que Oliveira estuda abrir um negócio longe da zona norte, onde começou. "Na verdade, eu nunca disse nunca. Mas esse é um projeto de grande valor para a cidade."

Procurado, o instituto afirma que ainda não há contrato assinado, mas confirma a negociação.

Era um desejo antigo do chef Rodrigo Oliveira: resgatar comidinhas de um tradicional café da manhã nordestino, como aqueles realizados na casa de sua família, de origem pernambucana. Fazem parte dessa mesa, além de tapiocas, itens como cuscuz de milho para comer com leite.

Receitas como essas serão servidas no Mercado de Pinheiros, onde o chef vai abrir até o fim do ano um café que divide a vocação com um empório de produtos do sertão nordestino.

O espaço é parte de um projeto do instituto Atá, do chef Alex Atala, do D.O.M., que vai administrar boxes dentro do mercado com a intenção de promover ingredientes de biomas brasileiros —além do sertão nordestino, também outros como o cerrado.

Mais um plano do chef que deve sair do papel até o fim do ano é o que ele chama de pracinha. O espaço, em obras há seis meses no terreno ao lado direito do Mocotó, vai se converter na área de espera do restaurante e terá pé-direito de sete metros de altura. "A sensação será quase a de estar ao ar livre", diz o chef.

"É um lugar para acomodar melhor os clientes que vêm nos visitar aqui na Vila Medeiros", afirma Oliveira. A pracinha terá um bar com balcão e mesas altas espalhadas pelo salão aberto, onde serão servidas algumas receitas e petiscos exclusivos, só encontradas ali na espera.

No topo, a estrutura ainda vai receber uma horta urbana.

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