Parece romantismo, mas é a pura verdade: quem vai ao Coffee Lab, da barista Isabela Raposeiras, já sabe, da calçada, que o cafezinho é fresco. Seria o perfume da bebida enquanto é extraída? Não. É que mesmo da rua se sente o aroma -que, a mim, lembra o de cereais- do café passando por uma enorme e curiosa máquina de torra, exposta no salão.
Grãos verdinhos são torrados quase diariamente ali e quem tiver a curiosidade de observar o aparelho verá que, assim como o milho que vira pipoca, ele faz um "crack" antes de ficar pronto -ou quase pronto, porque antes de chegar à xícara, ainda tem de descansar por alguns dias.
A torra é um processo crucial para um bom café existir -ela é capaz de mostrar o que ele tem de melhor ou estragá-lo por completo. Não à toa, Raposeiras já estudou o assunto na Noruega, Dinamarca e EUA. Mas não é só isso que faz o Coffee Lab se manter no pódio como melhor cafeteria da cidade e, também, o trabalho contínuo de pesquisa de grãos e fornecedores de qualidade pelo país - a cada ano a safra muda.
A oferta de métodos de preparo, que atende bem quem gosta de coados, também conta. Admito, tem a parte que nem sempre agrada, preguiçosa que sou, que é a de ir até a cozinha fazer o pedido. Mas depois de tricotar lá um pouco sobre café, sempre acabo convencida de que, para aprender mais um pouco, vale à pena se mexer da cadeira.
R. Fradique Coutinho, 1.340, Pinheiros, região oeste, tel. 3375-7400. 60 lugares. Seg. a dom.: 10h às 20h. Café expresso: R$ 5.