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Com nome de santa boliviana, Copacabana é um ícone carioca

O cartão-postal carioca foi citado por 6% dos entrevistados como a praia no Brasil que gostariam de conhecer, segundo pesquisa do Datafolha feita com 620 moradores da capital paulista, com 16 anos ou mais, em 26 de setembro. Saiba mais sobre as preferências do verão dos paulistanos.

Copacabana -quem diria?- já foi praia isolada onde só era possível chegar de barco. Ela se chamava Sacopenapã, nome dado pelos índios tamoios, seus primeiros frequentadores.

O nome Copacabana, por sua vez, veio da Bolívia, onde há uma praia homônima, de água doce, e possivelmente só foi dado no final do século 18 à praia brasileira mais conhecida no exterior até o início dos anos 1960.

Há inclusive um bonito filme da cineasta brasileira Carla Camurati ("Copacabana", 2001) que conta um pouco das transformações do bairro -e da praia de Copacabana- ao longo do século 20. O avô da cineasta, um italiano, teria sido o confeiteiro do hotel Copacabana Palace, atualmente rebatizado com o inusitado e pouco sonoro nome de Belmond Copacabana Palace .

Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Santificado seja vosso nome - A história de Copacabana, praia outrora isolada cuja alcunha veio de uma santa da Bolívia - Igreja em Copacabana, no Rio de Janeiro, por volta dos anos 1900
A história de Copacabana, praia outrora isolada cuja alcunha veio de uma santa da Bolívia; foto por volta dos anos 1900

Quando o Brasil foi virando o Brasil de nossos dias, havia um expediente manjado para se batizar lugares: alguém encontrava uma imagem de santo e, em consequência, o local do achamento ganhava um nome que fazia alusão a esse fato. Foi então que Sacopenapã herdou o nome atual de uma imagem da santa Nuestra Señora de Copacabaña. Venerada na Bolívia, país que, aliás, não tem litoral, essa santa era muito comum nos barcos que navegavam no lago Titicaca.

Não se sabe ao certo como uma imagem dessa Nossa Senhora boliviana veio parar no Rio de Janeiro, mas é certo que o fato inspirou a construção da capela de Copacabana, em 1746.

Retratada pelo fotógrafo francês Marc Ferrez (1843-1923), essa igreja foi edificada onde hoje está o forte de Copacabana, no posto 6, num local rochoso no canto direito da praia, pouco antes da passagem para a praia de Ipanema. Pedro 1º (1798-1834), aliás, ia à essa igreja -e à praia- numa elegante naveta movida por muitos remos.

Antes mesmo de ser anexada ao Rio com a construção do túnel Velho, em 1892, o forte do Leme, de 1776, no canto esquerdo da praia, já integrava o eficiente sistema de defesa planejado pela Coroa portuguesa.

Com o túnel Velho, vieram os bondes e, neles, os banhistas -se bem que a popularização do hábito de frequentar praias estivesse, então, apenas começando em todo o mundo.

Em 1918, com o bairro de Copacabana já em via de urbanização, belas mansões foram sendo edificadas na orla e a igreja original do canto direito, que alguns afirmam ter sido forrada com azulejos de Delft, na Holanda, foi demolida, dando espaço para a construção do forte de Copacabana.

E foi nessa fortificação que, no dia 5 de julho de 1922, eclodiu a Revolta dos 18 do Forte, um episódio que se alinha com o movimento tenentista contra o presidente Epitácio Pessoa.

Pouco depois, em 1923, o Copacabana Palace Hotel, projeto do francês Joseph Gire, foi construído pelo empresário Octávio Guinle, antes mesmo da abertura da avenida Atlântica.

E foi esse hotel aristocrático cercado pelas areias da praia que colocou o Rio, o bairro de Copacabana e a sua praia idílica no mapa-múndi do turismo.

Depois da Revolução de 1930, que colocou o Brasil na órbita da contemporaneidade, uma onda de intensa urbanização tomou conta dessa orla.

Surgiram prédios chiques e outros nem tanto, os estilos arquitetônicos art déco e moderno entraram em cena e, por três décadas, entre 1950 e 1970, os prédios de apartamentos tomaram o lugar dos clássicos casarões à beira-mar.

Copacabana, hoje
Em nossos dias, é difícil acreditar que Copacabana já tenha sido uma praia isolada. Num Rio de Janeiro que vai ser sede da Olimpíada 2016, quem quer ir a uma praia mais recôndita sai de Copacabana e, na direção oeste, passa direto pela praia de Ipanema, pelo Leblon, por São Conrado e vai até a Prainha, ainda envolta pela natureza.

Mas daí até ver uma praia carioca sem hordas de banhistas, só se for na foto de Marc Ferrez...

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