O Espaço Parlapatões, que funciona na praça Roosevelt como bar e teatro e recebe uma série de espetáculos principalmente aos fins de semana, foi fechado na madrugada deste sábado (28) por fiscais do Psiu (Programa de Silêncio Urbano).
Segundo o ator Hugo Possolo, um dos donos do local, os agentes chegaram por volta da 1h30 alegando uma lei de funcionamento até a 1h. "Só que a gente tem alvará de 24 horas. A gente já discutiu isso com o Psiu mais de uma vez e já tem até jurisprudência sobre isso, porque ganhamos duas causas assim", conta. "O problema é que a ação foi truculenta, o fiscal foi muito forte com meu funcionário, de gritar, de não querer olhar documento, a coisa foi pesada."
Possolo diz que a casa vai responder dentro da lei, mas que, provavelmente, o teatro ficará fechado até segunda-feira (30). "Triste", diz.
| Rogério Canella/Folhapress | ||
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| Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, foi fechado pela prefeitura na madrugada deste sábado (28) |
MULTAS E VIGÍLIA
Além do Parlapatões, praticamente todos os outros estabelecimentos que ficam na praça sofreram multas nos últimos dois dias com valores que chegam a R$ 48 mil, de acordo com o ator Ivam Cabral, um dos fundadores do grupo Os Satyros, com sede no local. Ele afirma que "há meses os bares e teatros da Roosevelt vêm sendo denunciados ao Ministério Público de todas as formas possíveis", e que, nesta ação, "houve uma verdadeira invasão à liberdade".
Em sua página no Facebook, Ivam também diz que, de uns meses para cá, "há um conflito exacerbado de alguns moradores com o movimento cultural da praça", mas que "a grande maioria dos que vivem ali apoia o movimento cultural da Roosevelt e tem orgulho do que ela representa para a cultura brasileira".
Em solidariedade ao Parlapatões e aos outros teatros e bares da praça, Ivam anuncia o cancelamento de todos os espetáculos do grupo Os Satyros neste sábado —e convoca todos para uma vigília silenciosa a partir das 21h, em frente ao Parlapatões. "Pela paz", diz. E pede que cada um leve uma flor branca.
Procurada, a assessoria da prefeitura não havia respondido sobre a ação até a publicação desta reportagem.