Era uma manhã de 6 de agosto de 1945 quando uma bomba atômica atingiu a cidade japonesa de Hiroshima matando mais de 140 mil pessoas.
Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara estavam lá no momento da tragédia e contam, no espetáculo "Os Três Sobreviventes de Hiroshima", detalhes daquele fatídico dia que transformou suas vidas para sempre.
O chamado teatro-documentário, que terá sessões nos próximos dois sábados (6 e 13/2) no Centro Cultural Hiroshima do Brasil, foi roteirizado e dirigido por Rogério Nagai, que precisou de mais de um ano de pesquisa para condensar os relatos dos três, que estarão em cena falando sobre a explosão e como se deu a imigração para o Brasil.
Watanabe, que tem 72 anos atualmente e na época do bombardeio tinha dois, foi atingida pela chuva radioativa enquanto brincava com seus irmão no pátio de um templo, a 18 quilômetros do ponto onde a bomba foi lançada.
Bonkohara, que hoje possui 75 anos, se mudou para Hiroshima quatro meses antes da tragédia, e tinha cinco anos quando tudo aconteceu -ele estava a dois quilômetros do ponto zero, no escritório de seu pai. Os dois foram atingidos por estilhaços de vidro. A mãe e a irmã mais velha, que estavam no centro da cidade, morreram.
Já Morita, de 92 anos, tinha 21 na época. Ele estava a 1.200 metros do epicentro da tragédia e, após ver o clarão, foi arremessado no chão. Mesmo ferido, passou dois dias ajudando no local.
A entrada para o espetáculo é grátis, e os ingressos serão distribuídos com 1 hora de antecedência.