Público pode interagir com obras no vão-livre e no subsolo do Masp

"Mas pode mexer?", uma amiga pergunta para a outra, que observa o entorno e conclui: "acho que pode, olha o que aquela moça está fazendo". A moça em questão empilha cubos de madeira coloridos pelo vão-livre do Masp —queria levantar uma muralha.

As peças criadas pelo artista Rasheed Araeen para a exposição "Playgrounds" também possibilitam que um casal esculpa suas iniciais (JH) e que adolescentes façam um cercado, onde prendem um ou outro colega.

Em cartaz até julho, a mostra, que também acontece no subsolo, é uma reencenação da exposição homônima que Nelson Leirner fez em 1969 —primeiro ano de funcionamento do museu.

"A ideia é que a instituição possa oferecer outras possibilidades de ser usada e apropriada", comenta Luiza Proença, uma das curadoras.

Além de Araeen, outros artistas e coletivos (veja abaixo) foram convidados a elaborar obras que dialoguem com o espaço comum, o lazer e o jogo.

Masp. Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, região central, tel. 3149-5959. Ter., qua. e sex. a dom.: 10h às 18h. Qui.: 10h às 20h. Até 24/6. Livre. Ingr.: R$ 25 (ter.: grátis). Estac. (R$ 14 p/ 3 h, na al. Casa Branca, 41 - convênio). Ingr. p/ ingresse.com. Obras no vão-livre, GRÁTIS

Eduardo Ortega/Divulgação
Obras da mostra "Playgrounds" no subsolo do Masp
Obras da mostra "Playgrounds" no subsolo do Masp

NO VÃO-LIVRE
Céline Condorelli
Inspirada nos desenhos de Lina Bo Bardi, a artista francesa criou dois carrosséis (o outro fica no subsolo). Com formas arredondadas, eles funcionam como uma espécie de gira-gira.

Rasheed Araeen
O artista paquistanês apresenta "Zero to Infinity". São cerca de 400 peças modulares em quatro cores: vermelho, azul, amarelo e laranja. Elas ficam pelo espaço e o público é convidado a manipulá-las para elaorar estruturas.

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NO SUBSOLO
Ernesto Neto
Uma espécie de ameba cor-de-rosa estende-se pelo chão. A proposta do artista carioca é que as pessoas caminhem por cima dela como quem brinca de equilibrista nas calçadas da cidade.

Grupo Contrafilé
O coletivo parte da ocupação das escolas públicas em São Paulo para realizar encontros -para eles, os estudantes transformaram a escola numa espécie de playground ao inverter a relação entre aluno e professor. A proposta é criar um livro a partir do processo.

Grupo Inteiro
Arte, arquitetura, design e educação estão entre os elementos utilizados pelo coletivo. Composto por Carol Tonetti, Claudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor Cesar, o grupo criou a obra "Condutores", que utiliza a estrutura de um ônibus para criar um híbrido entre estação de oficinas e "trepa-trepa".

Yto Barrada
A artista criou uma instalação de elementos para jogar e ver, caso da série de fotografias de brinquedos coletados em missões na África durante os anos 1930.

Veja o vídeo

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