Moraes Moreira canta hits dos Novos Baianos e diz que grupo não volta

Enrico Porro/Divulgação
O cantor Moraes Moreira canta músicas dos Novos Baianos em show no Cine Joia
O cantor Moraes Moreira canta músicas dos Novos Baianos em show no Cine Joia

"Essa permanência do nosso som é uma coisa que nos impressiona. A cada ano que passa, vejo mais jovens escutando nossas músicas", diz à sãopaulo Moraes Moreira, 68, sobre como as faixas de seu antigo grupo, Novos Baianos, superam gerações. Na sexta (29), ele apresenta no Cine Joia marcos da banda pós-tropicalista.

Transgressor em um período político de repressão, como o da ditadura, o conjunto ficou conhecido não só por suas composições, mas também pela maneira como se apresentavam.
"A gente era os cabeludos de roupa colorida, a contestação em pessoa: na roupa, na maneira de fazer música e de cantar", diz.

Apesar de se dizer aberto a encontros eventuais nos palcos com os antigos integrantes do conjunto, Moreira enfatiza que o grupo não deve voltar. "Depois que construímos carreiras solos, não gosto de alimentar essa ideia."

Recém-admitido na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o compositor está atarefado também além da música: promete lançar no segundo semestre deste ano um livro de poemas, cantorias e cordéis.

Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. Sex. (29): 24h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 40 (estudantes: R$ 20). Valet (R$ 30). Ingr. p/ livepass.com.br.

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PAPO DE COMPOSITOR...

Moraes Moreira, 68, fala sobre a herança dos Novos Baianos

Como você percebe o legado do conjunto nos dias de hoje?
A nossa música continua atual. Assim como esse sentimento de coletividade que a gente pregava. Saber dividir, conviver, respeitar o outro. E isso vale para a nossa sociedade hoje, em que se deve aprender a conviver com as várias ideologias e religiões. O Novos Baianos é uma das poucas unanimidades do Brasil no momento.

Como você enxerga a cena musical atual no Brasil?
A música brasileira é muito profícua, sempre vai ter gente produzindo. Eu gosto do pessoal do rap, do Emicida. Acho que eles têm um sentimento de comunidade, de dar voz às pessoas por meio das músicas. Gostei muito do movimento manguebeat também. Senti ali uma irmandade estilo Novos Baianos.

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