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Campeãs em beleza, O Boticário e Ikesaki são comandadas por famílias

A beleza está nas raízes. Pelo menos para duas marcas que vivem dela. A paulistana Ikesaki é comandada por Ricardo, um dos filhos de Hirofumi Ikesaki, que começou a vender cosméticos há mais de 50 anos. Já O Boticário tem como CEO Artur Grynbaum, irmão da mulher de Miguel Krigsner, que fundou a marca em Curitiba, no Paraná, em 1977.

Além da origem familiar em suas estruturas, as duas se assemelham por disputarem a preferência dos paulistanos. Ambas são consideradas a melhor loja de cosméticos da capital, segundo pesquisa Datafolha. Cada uma atingiu o índice de 14% de citações nas entrevistas.

Nascida e criada no bairro da Liberdade, na região central, a Ikesaki deve parte da sua história ao tergal.

Nos idos dos anos 1950, o jovem imigrante japonês Hirofumi Ikesaki vendia, de porta em porta, produtos para as lavanderias.
Com a chegada do tecido sintético que secava rápido e não amassava, a clientela das lavandeiras caiu, e as filhas dos donos desses estabelecimentos começaram a usar os espaços para cuidar das madeixas das mulheres do bairro —centro da colônia japonesa da cidade. Ikesaki teve de mudar. Aposentou as tintas de tecido e partiu para a venda de cosméticos que coloriam os cabelos.

Sem grandes anúncios em revistas ou na TV, a Ikesaki ganhou o consumidor final por meio dos cabeleireiros, manicures, esteticistas, depiladoras e maquiadores.

"Nos sentimos muito honrados pelo reconhecimento dos consumidores finais e acreditamos que os profissionais de beleza também são responsáveis em sermos lembrados por seus clientes", afirma Ricardo Ikesaki.

Ikesaki, o filho, aposta na beleza feminina como escudo contra a crise econômica: "A autoestima é um fator essencial para enfrentar situações adversas", diz. Até o conhecido "efeito batom" —no qual acredita-se que as mulheres deixam de comprar roupas caras, mas não um batonzinho— foi posto na berlinda na atual crise. O setor de cosméticos registrou queda de 8% em 2015, primeiro resultado negativo em 20 anos.

Prevendo o mau momento, o Grupo Boticário preparou-se para a crise no começo do ano passado, quando passou por uma reestruturação interna. "Em 2015, a empresa cresceu 8,8%, com faturamento de R$ 10 bilhões no varejo total das nossas quatro marcas: O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box", conta André Farber, vice-presidente de Negócios e Franquia.

Com essas marcas, o grupo abriu seu leque de negócios e atende hoje tanto o fã de importados quanto as meninas viciadas em maquiagens, com os produtos divertidos.

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Para saber +

Ikesaki
* Fundação: 1964
* Vende cerca de 20 mil itens
* ikesaki.com.br

O Boticário
* Fundação: 1977
* Tem mais de mil produtos
* boticario.com.br

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Ricardo Ikesaki, sócio-diretor da Ikesaki

Como avalia o atual momento econômico? É a pior crise já enfrentada?
O segmento de higiene pessoal e cosméticos sentiu a mudança no consumo, além de ter sofrido o choque de ser um dos únicos setores a ter aumento expressivo de carga tributária em 2015. Embora o governo considere cosméticos como supérfluos, a beleza influencia na autoestima, saúde e satisfação pessoal. E sabemos que a autoestima é um fator essencial para enfrentar situações adversas como esta crise.

André Farber, vice-presidente de negócios de O Boticário

É fácil encontrar uma loja do O Boticário. Ainda há espaço para crescer?
Estamos atentos a oportunidades em diferentes canais. No caso de lojas físicas, em virtude do atual cenário econômico do país, somos mais rigorosos na avaliação. Quando um local com potencial para receber uma loja é detectado, analisamos o perfil do ponto de venda, o público e se há lojas que atendem na proximidade. Também conta a distribuição de franqueados daquela microrregião, que podem se interessar por uma nova loja.

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