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Hospital Israelita Albert Einstein é o preferido do paulistano, diz Datafolha

Diante de uma população mais velha e que demanda mais e mais do sistema de saúde, um centro que cuide dos pacientes, ao invés de só atendê-los —numa síntese, eis o trunfo e o desafio do Hospital Israelita Albert Einstein, pelo segundo ano o mais lembrado em sua categoria.

Foram 18% das menções pela população paulistana das classes A e B, quatro pontos percentuais a menos que na edição 2015, mas o suficiente para manter a vantagem sobre o segundo lugar, o Sírio-Libanês (10%).

"Maiores integração e continuidade: o paciente que está internado vai sair, e ele é importante não só enquanto dá dinheiro na UTI, mas também depois, em casa", diz Claudio Luiz Lottenberg, 55, sobre o modelo ambicionado pelo Einstein.

Mestre e doutor em oftalmologia e presidente da entidade desde 2001, ele credita o bom resultado a outros dois fatores. Um deles foi a campanha, em 2015, pelos 60 anos do Einstein: "Nessas horas, a mídia e a própria instituição recuperam aspectos de uma história vitoriosa".

A outra razão, diz, foi a aprovação das faculdades do hospital. No ano passado, houve o primeiro teste, vinculado ao vestibular da PUC-SP, para o curso de medicina -a graduação em enfermagem mantém provas desde 1989. "Em particular quando a formação é assunto tão polêmico e instigante", analisa Lottenberg.

Walter Cintra Ferreira Junior, 55, professor e coordenador do Ceahs (Curso de Especialização em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde), da FGV, associa o investimento dos maiores hospitais em universidades e institutos de pesquisa à demanda por capacitação frente à incorporação de novas tecnologias.

"Investir em recursos físicos é secundário", afirma. E completa: "A qualidade do serviço não está nos equipamentos, mas nos médicos, enfermeiros e administradores."

Embora os números do negócio não tenham sido afetados —a receita subiu de R$ 269,7 milhões, em 2014, para R$ 300,7 milhões em 2015, mesmo com queda no número de pacientes-dia—, investir é difícil diante de uma crise econômica "tenebrosa", diz Lottenberg. Daí que o Einstein veja com orgulho não ter reduzido programas ou o nível dos serviços.

Não foi por falta de desafios; nos últimos 12 meses, o hospital, como toda a rede de saúde, se virou como pôde para enfrentar epidemias de dengue, zika e gripe H1N1. "Treinamento é bom para coisas previsíveis. Quando se tem algo não previsto", afirma o presidente, a alternativa é "montar cenários compensatórios".

Nesses momentos de estresse, resta apostar nos equilíbrios mental e espiritual. Nisso, com programas de paliativos e um departamento de medicina alternativa, o Einstein também é referência. "Há certas doenças em que a fé e o apoio são mais importantes do que remédios", diz o presidente do hospital.

Nas redes, são plurais os exemplos que reforçam essa verve. Mais de 540 mil pessoas já apertaram "curtir" no Facebook para seguir campanhas, com ênfase nas que instigam a deixar de fumar e na humanização para doenças graves, e para acompanhar relatos pessoais.

Como o de uma mulher que viveu experiências ambíguas no hospital. Grávida do segundo filho, perdeu o pai no mesmo dia em que o marido foi diagnosticado com leucemia. "No fim do mês, meu marido deve passar por transplante. Tenho certeza que o Einstein fará de tudo para que ele assista ao parto."

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Para saber +

  • Fundação: junho de 1955
  • Cocriador da Campanha pelo Parto Adequado, que cortou cesáreas a 40%
  • einstein.br

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Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein

sãopaulo - Em 2015, estava nos planos um projeto para pacientes consultarem dados via smartphones e tablets. Foi possível levá-lo adiante?
Claudio Lottenberg - Ainda não. Mas temos um aplicativo, chamado Einstein Mobile, que deve ser lançado em breve. O grande problema nesse tema é relacionado à regulação; ainda há resistência muito grande a formas mais interativas e à distância de prestação do serviço de saúde, justamente por conta da discussão do que venha a ser o ato médico. Temos de ser cautelosos, mas defendo a criatividade.

Como o setor hospitalar tem reagido ultimamente?
O financiamento dos hospitais é oriundo dos seguros-saúde ou do SUS. Com mais desemprego, as pessoas perdem os seguros e, logicamente, diminuem a entrada. Além disso, menos atividade econômica e mais inflação têm consequências em todos os ramos.

Há espaço para crescer?
Com certeza. Em uma cidade tão grande e com tantos problemas de mobilidade, é preciso achar maneiras criativas de chegar nas pessoas. Fisicamente, onde fizer sentido, e por meio da telecomunicabilidade, nos bairros ou nas regiões onde se possa crescer sem necessariamente estar presente.

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