O Melhor de São Paulo - Serviços

C&C e Leroy Merlin dividem liderança entre lojas de material de construção

Ajudar o cliente em um momento em que lhe falta dinheiro e agregar "decoração" ao tradicional slogan "casa e construção" foram as razões que ajudaram a edificar —ou a adornar?— a rede de lojas C&C.

Nesta edição de O Melhor de sãopaulo - Serviços, a marca somou 20% de menções em categoria marcada por quedas na comparação com 2015.

Graças à margem de erro (três pontos percentuais), a liderança é dividida com a Leroy Merlin (19%) —a campeã de 2015 teve sete pontos percentuais a menos neste ano.

Por meio de nota, a rede francesa, que completou 18 anos no Brasil em 2016, creditou a lembrança à grande oferta de produtos: são mais de 80 mil itens, além de serviços, como cursos de bricolagem.

A despeito das más condições econômicas recentes, a marca não fechou lojas e planeja abrir mais uma na Grande São Paulo ainda neste ano. Atualmente, são 38 pontos no país, dez deles na capital paulista.

Inflação e desemprego tampouco abalaram a C&C. Nascida da fusão entre Conibra e Madeirense, em 2000, e da posterior aquisição de Uemura e Castorama, manteve as 14 lojas na capital, reviu layout e merchandising e mirou novos alvos.

No último ano, a C&C estendeu os braços rumo à decoração e estreou um novo conceito, a loja Xhara, no shopping D&D. "A casa é o sonho do cliente, temos de ajudá-lo a realizar por inteiro", diz José Luiz Malmaceda,
56, diretor-geral da marca.

Segundo o executivo, a nova linha, "especializada em produtos de alto luxo e personalizados" e destinada a atender sob demanda clientes, arquitetos e designers de interiores, mostra resultados "excelentes, sem contar o ganho de imagem". Tanto que a C&C já planeja abrir uma segunda unidade, "em meados deste ano ou no começo do ano que vem".

As novidades surgiram, segundo o diretor-geral, de leitura correta das adversidades. "O cliente hoje vive momento difícil. O bolso está curto. Ampliamos o crédito para dez parcelas [sem juros] e buscamos negociar margens com fornecedores", diz ele, citando a campanha "Ver para Crer".

Para Malmaceda, feridas da recessão, como a alta nos juros de financiamentos, são compensadas por um "deficit habitacional enorme" e por ações públicas, "como a retomada do Minha Casa Minha Vida" —a conversa se deu antes das idas e vindas do governo interino, incluindo a revogação de decreto de Dilma Rousseff (PT) para construir 11,2 mil unidades.

"Esperamos que o ambiente mude, mas temos crescido acima da média", celebra. A ideia, diz, "é gerar opções para estarmos prontos para a retomada do crescimento do país".

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Para saber +

  • C&C*
  • Unidades: 46 lojas no Brasil (15 delas em São Paulo)
  • Em 2015, inaugurou a primeira loja do conceito Xhara, no shopping D&D, para atender arquitetos, decoradores e designers de interiores
  • cec.com.br
  • xhara.com.br
  • Leroy Merlin*
  • Fundação: 1923, na França
  • Em São Paulo, a primeira loja foi aberta em 1998
  • leroymerlin.com.br

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José Luiz Malmaceda, diretor-geral da C&C

sãopaulo - Quais os planos da C&C para o próximo ano?
José Luiz Malmaceda - Acreditamos que há um deficit grande na área de home center, que é muito nova por aqui. Vemos um potencial enorme de crescimento. Estamos revendo condições e a apresentação das lojas para abrirmos mais unidades quando a economia se reaquecer. O Brasil se recicla com altos índices de crescimento após as crises.

O paulistano tem alguma particularidade com relação ao consumidor de outras cidades ou Estados?
Tem, sim. O habitante de São Paulo é exigente, bem informado; há muitas opções em uma megalópole. É um cliente que está cada vez mais na internet e quer resolver seus problemas com rapidez e agilidade -normalmente para voltar logo para o trabalho (risos). A gente faz pesquisas para analisar o que esse consumidor pensa e o que deseja dentro de sua casa.

As novas plataformas eletrônicas já interferem na forma de compra do consumidor? São representativas frente à compra física?
Já nos considero muito presentes no e-commerce, mas agora estamos avançando forte nas mídias sociais. Estamos testando e pesquisando para entender respostas sobre esse cliente na internet, no smartphone; o que ele quer? Sinto que começamos a colher resultados dessa conversa mais direta.

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