Alex Atala fala sobre o capítulo de Chef's Table que narra sua história

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Chef Alex Atala em episódio da segunda temporada de Chef's Table, na Netflix
Chef Alex Atala em episódio da segunda temporada de Chef's Table, da Netflix

A segunda temporada da série documental Chef's Table estreia na sexta-feira (27), na Netflix.

A produção, que mostra o trabalho de cozinheiros reconhecidos internacionalmente tem, pela primeira vez, um personagem brasileiro. A história do chef Alex Atala, do restaurante paulistano D.O.M. é retratada no primeiro capítulo desta temporada da série, dirigida por David Gelb (O Sushi dos Sonhos de Jiro, de 2011).

Atala aparece narrando histórias de seu "dark time", da juventude com viagens de LSD, e também como um pescador habituado à natureza, em meio à floresta, degolando um pato e suando na cozinha do restaurante. O amigo e colega de profissão, David Chang (do Momofuku, em NY), e o crítico gastronômico Luiz Américo Camargo falam sobre a personalidade e o trabalho do chef.

À Folha, Atala contou um pouco dos bastidores da gravação —feita em duas viagens de cerca de dez dias.

Também têm suas histórias relatadas nesta temporada os chefs Enrique Olvera (do Pujol, na Cidade do México), Grant Achatz (do Alinea, em Chicago), Ana Ro (Hia Franko, em Kobarid), Dominique Crenn (Atelier Crenn, em São Francisco) e Gaggan Anand (Gaggan, em Bancoc).

Folha - Como foi a experiência de participar da série?
Alex Atala Eu fiquei muito confortável em aceitar o convite, não só porque tinha visto a primeira temporada, mas porque vi que a pesquisa tinha sido muito bem feita: eu não tinha que contar historias, eles já sabiam. Isso dá um conforto grande, saber onde se está entrando.

Como se determinou em que momentos você seria acompanhado?
Fizemos duas viagens de mais ou menos dez dias, passamos por São Paulo, Vale do Paraíba, litoral paulista e Amazônia. As escolhas sobre lugares para filmar são feitas em conjunto. Mas eles já sabiam muito e tinham avaliado a logística, onde não dava para ir. Eu queria ir acima de São Gabriel [da Cachoeira], onde o índio está menos em contato com a cultura, está menos vestido, mas não dava porque são dois dias de barco. Ir a lugares mais remotos, debaixo de sol, com equipamento, rio de pedra... são fatores limitadores.

O diretor David Gelb disse em entrevista ao "Eater" que você é o cara mais interessante do mundo. Em que momento você acha que ele concluiu isso?
Acho que foi essa coisa de ter intimidade com a natureza, de trabalhar com dois extremos: de estar no urbano e, com o mesmo conforto, em uma situação primitiva, mostrando a conexão disso.

Qual foi a sua impressão do que a série quer mostrar? Levando em conta sua experiência e os outros capítulos, da primeira temporada?
Eu acho que tem histórias legais, não só sobre cozinha. Não ensina receitas, fala muito da vida do chef, da sua relação com o entorno. E acho que esse é o diferencial. O chef se expressa através da sua cozinha e eles andam pelo mundo contando a relação pessoal de cada um de nós e como isso se transforma na expressão do cozinheiro.

Quão importante para um chef é ter uma boa história para contar? Dentro e fora da série.
Eu acho que o primeiro compromisso é fazer boa comida, se não, não vai ter história para contar. Através da elaboração dela, e da personalidade gastronômica, ganha-se o direito de contar para o mundo como o seu caminho foi encontrado.

Faltaram elementos no relato?
Não dá pra falar do D.O.M. sem falar do Geovane [Carneiro, chef do restaurante] e da equipe, mas isso não foi ao ar. Há a relação com a floresta, com o caboclo, mas também com o homem urbano, segurando firmemente os esteios enquanto eu estou viajando. Eu gostaria de ter trazido para o episódio, não foi possível, talvez pela minha vaidade.

CHEF'S TABLE - segunda temporada
QUANDO a partir de 27/05
ONDE netflix.com

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ASSISTA AO TRAILER DA 2ª TEMPORADA DE CHEF´S TABLE

Trailer

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