Estupro é tema de premiado filme argentino que estreia nos cinemas

É difícil entender os sentimentos de uma mulher violentada que acaba ficando grávida de seu estuprador. No argentino "Paulina", que ganhou o Grande Prêmio da Semana da Crítica do Festival de Cannes e acaba de estrear nos cinemas da capital paulista, a protagonista toma atitudes inesperadas enquanto lida com essa terrível realidade.

Um plano-sequência logo no início mostra o embate entre Paulina e seu pai. Ela diz que vai desistir da carreira jurídica e abandonar o doutorado em Buenos Aires para ser professora de política no subúrbio. Ele tenta convencê-la de que isso é uma loucura. Mas ela parte para lá mesmo assim, e, depois de alguns dias, um grupo de garotos a cerca durante a noite em uma estrada de terra e a estupra —o alvo, na verdade, era outra moça.

Divulgação
Dolores Fonzi é protagonista do filme argentino "Paulina", que fala sobre estupro
Dolores Fonzi é protagonista do filme argentino "Paulina", que fala sobre estupro

O que o público vê a partir disso é uma série de dilemas e resoluções sobre como reagir a essa violência, levando em conta a dor, a força, o instinto de sobrevivência e o perdão. Interpretada por Dolores Fonzi (de "O Crítico" e "Truman"), a personagem principal instiga um debate sobre a dificuldade que temos em respeitar e aceitar decisões contrárias ao senso comum e que a princípio parecem erradas.

Traumatizada após o ocorrido, ela se torna abatida e avoada, mas não tenta esconder o que aconteceu e prefere abrir o jogo denunciando o ato à polícia. Lá, as autoridades agem de forma fria e perguntam, por exemplo, qual roupa ela usava no momento da agressão.

O drama também aborda questões sobre democracia —tema que ela insere em suas aulas—, ciúmes e desconfiança. O filme, dirigido por Santiago Mitre (roteirista de "Leonera", "Abutres" e "Elefante Branco"), é uma adaptação de "La Patota", que em 1961 esteve sob o comando de Daniel Tinayre.

Informe-se sobre o evento

Publicidade
Publicidade