Sem álcool e conversa na pista, nova festa quer destacar a dança

Música alta e luzes piscantes. Bebidas alcoólicas em mãos. Um passinho aqui, outro ali. Xaveco ao pé do ouvido —que, se correspondido, pode evoluir para pegação no cantinho da balada.

A cena anterior, clichê de uma noite comum em clube tradicional, pode até continuar agradando, mas não a todos. Para o grupo de amigos capitaneado por Alexandre Attia, 31, José Luiz Gonçalves, 32, e Paola Tripoli, 25, a coisa poderia ser diferente. E vem sendo.

No próximo sábado (16), o trio realiza a segunda edição da Desembalada, festa que, segundo a descrição da página do evento no Facebook, promove a "devoção radical à dança de cada um".

"É difícil ir a uma festa na qual o foco é a dança. Geralmente é o xaveco, a roupa que você veste", comenta Attia. "A ideia é entrar em conexão com seu próprio corpo, buscando movimentos que você tenha vontade de fazer."

Para isso, a proposta é a seguinte: ficar em silêncio na pista —vale falar nos outros espaços— enquanto o som vai das brasilidades de Jorge Ben Jor às batidas de divas pops, como Madonna.

"Não é uma obrigação [permanecer calado], mas um convite", ele ressalta.

Álcool e cigarro também estão fora do menu. No lugar, o ingresso dá direito a cacau, chá, água saborizada e brownie.

Se o evento tem relação com alguma religião? Não. A inspiração vem do movimento norte-americano Ecstatic Dance, que prega a liberação do corpo e da mente por meio da dança —sem julgamento ou censura. "Não é uma vivência. É uma balada para curtir de outra forma", explica o organizador.

A festa ainda está em fase de teste, mas a ideia é que seja bimestral e circule por outras cidades, como o Rio.

E aí, está pronto para desembalar?

Hiperespaço. r. Laboriosa, 89, Vila Madalena, tel. 3814-2920. 100 pessoas. 18 anos. Sáb.: 20h às 2h. Ingr.: R$ 30. Ingr. p/ sympla.com.br.

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