Exposição une brinquedos dos anos 1920 a 1970 e mobiliário desenhado para as crianças

Quando você pensa em brinquedos antigos, o que vem à mente? Para o colecionador Sérgio Campos, 55, a memória viaja aos anos 1980, dos quais, ele lamenta, "as pessoas só lembram do Genius".

"Design Mirim", mostra que estreia no próximo sábado (13), no Museu da Casa Brasileira, exibe uma gama de itens para divertir crianças que vai muito além do famoso jogo da marca Estrela.

Cerca de cem objetos originais do acervo de Campos, que garimpa brinquedos há 35 anos, serão expostos pela primeira vez e sob sua curadoria.

A exposição também apresenta mobiliários e equipamentos domésticos em escalas menores -Campos explica que as reproduções eram formas de apresentar o mundo adulto aos mais novos.

José Zanine Caldas, Abraham Palatnik e Lina Bo Bardi são alguns dos nomes que deixaram legado infantil, representados em recorte temporal das décadas de 1920 a 70. "Esse período foi de intenso crescimento da classe média urbana, com o início do consumo voltado para os pequenos", explica o curador.

À época, ele frisa, as crianças ganhavam brinquedos apenas no Natal e no aniversário. O intervalo coincide também com a fase áurea das grandes fábricas no Brasil, quando surgiram a Metalúrgica Matarazzo e a citada Estrela.

Os itens expostos foram comprados por Campos em "todos os lugares imagináveis", ele diz, de peças vendidas em feiras a oriundas de lojas especializadas.

Mais do que a viagem no tempo, alguns brinquedos contam histórias. Um dos aviões da exposição, por exemplo, traz cinco camadas de tinta, a última delas cor de rosa. "Isso sugere que pertenceu a três ou quatro irmãos", avalia o curador, "o último deles uma menina".

Museu da Casa Brasileira - espaço expositivo. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano, tel. 3032-3727. 1.700 pessoas. Ter. a dom.: 10h às 18h. Abertura: 13/8, 11h. Até 16/10. Livre. Ingr.: R$ 7 (sáb., dom. e menores de 10 anos: grátis). Valet a partir de R$ 14. Visita monitorada p/ agendamento@mcb.org.br (seg. a sex., 10h às 18h).

OS ELEITOS

Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, sugere o livro "Betina Quero-Quero"

Indicação: + de 4 anos.

A primeira palavra de Betina, ainda bebê, foi "qué". A menina cresceu querendo tudo o que via. E ganhou tudo e um pouco mais. Até que um dia, contudo, ela se viu rodeada de coisas que nem sabia para o que serviam. Nessa história narrada em imagens, a autora Andréia Vieira convida o leitor a pensar sobre questões relacionadas ao consumismo durante a infância.

Betina Quero-Quero. Autora e ilustradora: Andréia Vieira. Editora: DCL (2015, 56 págs., R$ 26).

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Bruno Molinero, do blog "Era Outra Vez", recomenda o livro "Lua de Vinil"

Indicação: + 12 anos.

Em sua estreia na ficção, o jornalista Oscar Pilagallo joga com os dilemas morais da adolescência e o início da vida adulta. Na história, que se passa durante a ditadura militar no Brasil, o garoto Gilberto provoca um acidente e deixa um colega da vizinhança ferido. Quando outra pessoa leva a culpa no lugar dele, surge a questão: será que isso é mesmo o certo a se fazer?

Lua de Vinil. Autor: Oscar Pilagallo. Editora: Seguinte (2016, 168 págs., R$ 29,90).

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Mônica Rodrigues da Costa, jornalista especializada em infância, indica o espetáculo "Scaratuja"

Indicação: + 3 anos.

Um casal de atores manipula garatujas -objetos coloridos que formam rabiscos de formatos variados- enquanto realiza uma coreografia de giros e cambalhotas em um grande tapete branco com diversas texturas. Os bebês entram na brincadeira e exploram o espaço cênico ao lado de seus pais. O espetáculo mistura performance e teatro físico, sem palavras.

Sesc Pinheiros - 3º andar. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 30 pessoas. Sáb.: 15h. Até 27/8. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS

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Fabiana Futema, do blog "Maternar", destaca a peça "O Menino e a Cerejeira"

Indicação: + 5 anos.

Baseada no livro do escritor e filósofo budista Daisaku Ikeda, conta a história de Taiti, que mora com a mãe em um vilarejo japonês devastado pela guerra. Uma das poucas alegrias do garoto é ajudar a cuidar da única cerejeira que restou no lugar. Ao fazê-lo, aprende lição que leva para a vida: após o inverno, sempre vem a primavera.

Teatro Viradalata. R. Apinajés, 1.387, Sumaré, região oeste, tel. 3868-2535. Sáb. e dom.: 15h. Livre. Ingr.: R$ 20, p/ site ingressorapido.com.br.

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