Pode ser pelos simpáticos jumentos que passearam pelo aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza. Ou pelo túnel de bambuzais que se forma logo na entrada do Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. Ou pelos murais espalhados pelo de Recife.
Não se sabe o motivo, mas os aeroportos das capitais pernambucana, baiana e cearense, nesta ordem e com pouquíssima diferença entre eles, foram escolhidos pelos paulistas como os melhores do Nordeste, segundo pesquisa Datafolha.
De fato, passar algumas horas nos maiores aeroportos nordestinos é uma experiência que pode guardar suas surpresas. A tranquilidade no embarque e desembarque é a primeira delas. Mas o mix de lojas que refletem as tradições locais talvez seja o ponto alto: sempre haverá uma lembrança para levar que reflete a cultura da cidade visitada.
Não só nas lojas, mas nos restaurantes. É possível comer castanhas e tapioca no terminal de Fortaleza, bolo de rolo no Recife e cocada no tabuleiro da baiana em Salvador.
Há ainda iniciativas como a pequena livraria que é 100% dedicada a autores locais no aeroporto de Fortaleza. E, mesmo nas livrarias onde só se encontra os mais vendidos, vale o bom humor do funcionário que tenta vender o último lançamento sobre liderança. "Quem sabe um dia você pode ser um líder? É bom já ir se preparando."
Talvez seja o onipresente bom humor que faça o turista esquecer por alguns momentos de deficiências históricas que se refletem na infraestrutura dos três aeroportos. Exemplo: a falta de espaço nas áreas para check-in e poucas esteiras de bagagem no desembarque de voos internacionais. Por vezes, há banheiros sujos e taxistas clandestinos.
Há, entretanto, motivos para otimismo. Fortaleza e Recife, além de Natal, disputam um investimento de R$ 3 bilhões que pode mudar a face dos seus aeroportos. É em uma das três que será instalado o hub -ponto de conexão para voos internacionais- da Latam.
Já o de Salvador está em vias de ser concedido para a iniciativa privada, com promessas de mais obras e melhores serviços.
Das promessas à realidade, há um longo trabalho. Mas necessário para que os aeroportos não dependam do sabor do acarajé ou do bom humor nordestino para agradar seus passageiros.
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1 SALVADOR
Acarajé da Nida (vende o famoso quitute), Axé (artesanatos com temas locais) e Point da Cachaça (rótulos baianos)
2 FORTALEZA
Café Arretado (tapioca e cuscuz) Ilha das Amêndoas (cachaças e petiscos) e Tina Artesanato (rendas e bordados)
3 RECIFE
Arca, de artesanatos
locais (arcabarca.com.br) e Casa dos Frios, que serve o tradicional bolo de rolo
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SALVADOR
4,4 milhões de passageiros passaram por lá, de janeiro a julho deste ano
170 lojas há no espaço, como lanchonetes e agências de viagem
3.003 m de extensão tem a pista principal
70 mil m² é a dimensão do terminal de passageiros
FORTALEZA
3,3 milhões de passageiros passaram por lá, de janeiro a julho deste ano
50 opções de compras, ao menos, há no terminal, como restaurantes e livrarias
2.545 m de extensão tem a pista de pousos e decolagens
35.660 m² é a dimensão do terminal de passageiros
RECIFE
4 milhões de passageiros passaram por lá, de janeiro a julho deste ano
123 espaços para compras há no aeroporto, entre lojas e quiosques
3.007 m de extensão tem a pista principal
53 mil m² é a dimensão do terminal de passageiros