Em 'Aquarius', disputa por apartamento escora trama psicológica com Sonia Braga

"Quando recebi o roteiro, fiquei impressionada. Foi o melhor que li", diz Sonia Braga, protagonista de "Aquarius".

Na trama, dirigida por Kleber Mendonça Filho (de "O Som ao Redor"), ela interpreta Clara, uma mulher na faixa dos 65 anos que é a última moradora do edifício Aquarius, no Recife. Os outros apartamentos do local foram comprados por uma construtora que pretende levantar um novo prédio no terreno.

Clara, contudo, se recusa a vender sua casa, onde criou três filhos e venceu um câncer de mama.

A construtora passa a fazer com que a vida de Clara se torne difícil: autoriza festas no prédio e queima colchões no pátio. O responsável pelo projeto, o jovem Diego (Humberto Carrão), deixa claro que não vai desistir do novo prédio.

Esse conflito é, na verdade, o pano de fundo para que a vida da protagonista seja abordada com profundidade.

Ela é uma mulher que mora sozinha -em outros tempos, tinha muitas visitas no apartamento, mas agora, na velhice, os filhos a veem pouco.

Clara, porém, não é retratada como uma idosa comum. Independente, ela sai com amigas e tem vida sexual ativa.

"Aquarius" estreia cercado de polêmicas. No Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro, o diretor e o elenco protestaram contra o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.

No Brasil, o filme recebeu a classificação etária de 18 anos. "Há três cenas de sexo, todas filmadas com a distância certa", afirmou Mendonça Filho em entrevista coletiva à imprensa.

"Não acho que "Aquarius" esteja no mesmo nível de "Ninfomaníaca" [de Lars von Trier]". Na quinta (1º), dia de estreia do filme, o Ministério da Justiça voltou atrás e reduziu a classificação para 16 anos.

Polêmicas à parte, o filme se segura em inegável qualidade.

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