Em microcafeterias, bebida feita com grãos nobres é personagem principal

Há um ano, o casal de baristas Robin Kimura e Lívia Scudeller colocou na rua o projeto Nano Café, um pequeno truck com nome inspirado na cultura dos microlotes, uma denominação dada a pequenas quantidades de grãos de café especial dotados de características únicas.

Depois de algumas incursões por eventos, a dupla estacionou de vez no Cake Design & Food Market, na rua Girassol, Vila Madalena, onde a operação de dois metros quadrados ganhou um salão com direito a jardim e pôr do sol.

Os cafés utilizados são do produtor e torrefador Hugo Wolff, que além de aparecer em expressos e coados, turbinam drinks como o Baunilha Ice Coffee. Tudo acompanhado por comidinhas artesanais preparadas (em grande parte) por Lívia.

Outro negócio com cara de ocupação é o Coa Café, criado há pouco mais de um ano pelo arquiteto Heitor Fontes e pela administradora Clara de Miranda. Num espaço modular instalado na entrada de uma loja na rua da Consolação, nos Jardins, eles servem pessoalmente a bebida usando coadores como V60 e Aeropress. A cada sexta-feira, apresentam uma variedade diferente de café.

Nano e Coa não são os primeiros e nem os únicos a apostar nesses pequenos empreendimentos. Em 2014, a barista e idealizadora do evento Coffee Week Brasil, Flavia Pogliani, abriu apenas uma janela na rua Lisboa, em Pinheiros, agradando os passantes com cafés de altíssima qualidade no seu The Little Coffee Shop.

Apesar do tamanho, o que se oferece nesses locais não é pouca coisa. Grãos nobres de pequenos produtores chegam às xícaras saídos de máquinas de expresso italianas, as mesmas utilizadas nas melhores cafeterias do mundo. É o caso do Soul Café, que há três meses abriu as portas numa galeria da rua Augusta, região central. Todo o trabalho é tocado pelos próprios donos, os baristas Talita dos Reis e Davi dos Reis, cunhados, que ainda tem como sócio Vitor dos Reis, marido de Talita e neto de cafeicultores de Lambari, Sul de Minas Gerais.

Há pouco mais de um mês funcionando na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, o Clemente Café conta com um ambiente de sete metros quadrados e dois bancos do lado de fora. Tudo lá dentro é preparado pessoalmente por Tatiana Rocha, que abandonou a carreira em um grande banco para se dedicar à paixão pelo café, que começou como hobby há dois anos.

A casa também tem atraído os "Coffee Geeks", como tem ficado conhecidos os aficionados que não hesitam em atravessar a cidade em busca de boas novidades cafeinadas. Os cafés servidos atualmente por Tatiana são do produtor e torrefador Pereira Villela e da microtorrefadora Bica, ambos mineiros.

Se a chamada terceira onda do café surgiu mundialmente com ambientes confortáveis e socializantes, aqui a bebida é o personagem principal e pode até prescindir do conforto.

Mas, se você é daqueles que precisam aliar conforto e café quentinho, pode aproveitar a curadoria de Gisele Coutinho, jornalista que há dois anos enveredou pelo mundo dos cafés e criou o Pura Caffeína, um serviço de entrega em domicílio dos grãos especiais que ela garimpa.

Basta uma mensagem pelo celular ou e-mail e um pacotinho de café (moído ou em grãos) chega ao destino na manhã seguinte, levado pessoalmente por ela.

Clemente Café
R. Coronel Lisboa, 659, Vila Mariana

Coa
R. da Consolação, 2685, Jardim Paulista

Nano
R. Girassol, 481, Vila Madalena

Soul
R. Augusta, 1524, loja 6, Consolação

The Little Coffee Shop
R. Lisboa, 357, Pinheiros

Pura Caffeina
contatopuracaffeina@gmail.com

Publicidade
Publicidade