Dinâmica e vigorosa, superioga espalha-se por academias do país

"Que possamos manter os olhos fechados para as coisas que só enxergamos com os olhos abertos. E os olhos abertos para aquilo que só enxergamos com os olhos fechados", diz o mestre Paulo Junqueira, para encerrar a aula de superioga. Quem pensou em algo zen se engana: a superioga, modalidade de ioga criada por Junqueira e que está se espalhando pelo país, é uma prática dinâmica e vigorosa, que faz a turma suar em bicas e acordar dolorida no dia seguinte. O exemplo sinaliza uma tendência que está virando realidade, percebida nas aulas mais disputadas nas academias e estúdios: menos foco no número de flexões e nas calorias incineradas e mais na experiência de bem-estar que atividade física proporciona.

Nas aulas do Studio Velocity, pioneiro no Brasil no ciclismo indoor em estúdios, frases motivacionais aparecem num painel e a iluminação é fraca, sem espelhos, para criar um clima introspectivo. Os professores reforçam o tempo todo a importância de sentir a música e estar presente de corpo e alma na aula. O foco é na experiência, na sensação boa gerada quando se pedala. É essa sensação que vai fazer a diferença, tornar "aquela" aula, não outra, fundamental. É o que vai gerar o desejo de voltar.

O alto astral e a conexão corpo e mente são pontos altos também nos treinos da personal trainer Cau Saad. No Circuito Cau Saad (treinamento funcional), no WorCAUt (funcional com o peso do corpo) e no NoCAUt (mix de funcional com luta) o clima é de festa: "Agachou, o bumbum levantou!". A mulherada ri enquanto se acaba em flexões e afundos, mas o momento mais esperado é o encerramento da aula, quando Cau sugere que, ao inspirar, todos deixem apenas as coisas boas entrarem e, ao expirar, deixem ir embora tudo o que não serve mais.

Esse protagonismo da diversão também dá a tônica do Ballet Fitness, método criado pela ex-bailarina Betina Dantas. Nas aulas, em que as posturas do balé evoluem para um workout intenso com trilha sonora dançante, o que quebra a rigidez do balé clássico são o bom humor e a leveza. Bordões como "bumbum no coque!" fazem o tempo passar sem que as alunas percebam e todo mundo termina a aula feliz da vida.

O ponto comum dessas aulas é unir metodologia sólida, professores experientes e um clima que inspira saúde e diversão para que, além de trabalhar o corpo todo, os alunos aliviem o estresse, melhorem o astral e saiam da aula melhor do que entraram.

Angélica Banhara é jornalista e escreve sobre fitnness, nutrição e bem-estar em um blog na Folha

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