Em Pinheiros, Cafelito é porta de entrada para salas de trabalho, livraria e academia de ioga

Gui Gomes/Folhapress
Recém-aberto em Pinheiros, o Cafelito segue os passos da última onda de cafés que ferve na cidade
Recém-aberto em Pinheiros, o Cafelito segue os passos da última onda de cafés que ferve na cidade

Recém-aberto na rua Francisco Leitão, em Pinheiros, o Cafelito segue os passos da última onda de cafés que ferve na cidade: grãos de pequenos produtores servidos em diferentes métodos de preparo.

Além dos cafés, chás orgânicos e refeições invariavelmente artesanais fazem parte do cardápio. O proprietário, Thiago de Carvalho, de 32 anos, não é novo no ramo; sua família administra desde 1992 quatro cafeterias franqueadas de uma conhecida marca.

O Cafelito seria apenas mais um café moderninho na cidade, se não fosse porta de entrada para um complexo de serviços da marca Brain, que inclui, além da cafeteria, salas de trabalho compartilhadas e algumas privativas, filial da Livraria da Vila, academia de ioga e meditação, sala de descompressão com massagens e acupuntura, máquinas de fliperama, aulas de idiomas, locadora de bikes elétricas e, por fim, uma lanchonete que prepara comidinhas para levar para casa depois do trabalho

O criador do projeto, o paulistano Dirceu Neto, de 34 anos, rejeita, no entanto, o termo coworking –prefere chamar o seu empreendimento de "ecossistema produtivo".

Formado em administração no Brasil e com cursos livres da Universidade Harvard (EUA) no currículo, ele criou seu primeiro negócio na área de forma experimental, há seis anos, no Jardim Europa. Na mesma época, nascia a start-up nova-iorquina We Work, hoje com centenas de espaços de coworking espalhados pelos Estados Unidos e pelo mundo e com valor de mercado estimado em bilhões de dólares.

Nos últimos dois anos, diz, o negócio acelerou e ele criou recentemente a marca Brain. Além da matriz na rua Groenlândia e da recém-inaugurada unidade Pinheiros, ele conta ainda com uma operação na avenida Paulista e outra na Faria Lima, ambas abertas no segundo semestre desse ano.

As duas estão localizadas em edifícios comerciais com direito a uso da cobertura, onde ocorrem coquetéis e pequenas baladas "da firma" com vista panorâmica da cidade.

Há pouco menos de dois meses, Dirceu colocou um pé no mercado americano, com a abertura de uma filial em Nova York –hoje, apenas com coworking. Até o final do ano, o empresário promete expandir os negócios para mais dois bairros paulistanos, Santa Cecília e Vila Madalena. O Rio também está nos seus planos de expansão para o primeiro semestre de 2017.

No Brasil, o negócio evidentemente ainda não decolou como a We Work no EUA, mas pelo ritmo das aberturas, ele e seus sócios parecem estar apostando alto. Por enquanto, somente as cafeterias, que funcionam em todas as unidades a cargo do Cafelito, e alguns serviços exclusivos de Pinheiros, como livraria e locação de bikes, estão abertos ao público. A ideia é expandir gradualmente essas ofertas para toda a rede.

A utilização do espaço com direito a todos os endereços tem um custo mensal que começa em R$ 299 e pode chegar até R$ 1.500, para o uso de salas privativas.

Para Dirceu Neto, esse modelo flexível de local de trabalho tende a se tornar cada vez mais eficiente em cidades adensadas e caóticas como São Paulo.

O café, naturalmente, é o combustível da galera que frequenta esses parques temáticos da nova economia.

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