Roberta Sudbrack anunciou, neste sábado (21), o fechamento do restaurante que leva seu nome, no Rio de Janeiro. A proposta da casa, aberta em 2005, era de alta gastronomia, servida em menus-degustação de três (R$ 250) a nove etapas (R$ 450).
A chef da premiada casa —tinha uma estrela no guia "Michelin" e integrou a lista dos 50 melhores da América Latina— informou em sua página no Facebook que o último jantar foi realizado em 30 de dezembro de 2016. No texto, ela ressalta o pioneirismo do restaurante —"Um lugar que alçou voos altíssimos e ousou mais do que qualquer outro. (...) Ali mostramos ao mundo que sementes de quiabo são caviar... Que patinhas e antenas de camarão contam uma história. Que pão queimado é potencializador de sabor."—, mas diz que se incomodava com o fato de muitas pessoas não poderem frequentar o restaurante por questões financeiras. "Isso me consome há anos."
Segundo Sudbrack, a crise não foi responsável pelo fechamento do restaurante. "Ela bateu sim. Nós sentimos sim. Mas poderíamos seguir", diz. "O RS encerrou o seu ciclo porque eu não acredito mais na forma, como acredito no conteúdo. A comida de rua me fez ver isso muito claramente."
Em 2015, mesmo ano em que foi eleita a melhor chef mulher da América Latina pelo 50 Best, ela abriu o Da Roberta, uma casa de sanduíches. Também vendia cachorro-quente em food truck e, no ano passado, abriu em São Paulo o SudDog, um pequeno bar para sua histórica receita —foi vendendo cachorros-quentes durante a juventude em Brasília que Sudbrack começou a trabalhar com comida.
"Eliminar excessos é preciso. Repensar a forma é preciso", disse no texto. "Começamos a andar, agir e a cozinhar em manada, repetindo todos o mesmo mantra, o mesmo movimento e a mesma linguagem. Sem sequer pensar se acreditamos naquilo, sem analisar, sem saber mais o que estamos realmente fazendo."
No final do texto, a chef diz que já tem planos de um novo restaurante, que ainda deve levar um tempo. "Enquanto isso vou respirar."
