Alalaô

Maior Carnaval do mundo, RJ tem opções para quem quer folia ou busca calmaria

Julio Cesar Guimarães/UOL
RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL - 13/11/2014 - PRAIAS MAIS LIMPAS DO RIO. Segundo o criterio de balneabilidade do INEA - Instituto Estadual do Ambiente, as praias mais limpas da cidade que nao estiveram nenhuma vez improprias no periodo de Agosto e Outubro de 2014. Prainha. (Foto: Julio Cesar Guimaraes/UOL).******EMBARGADO PARA USO EM INTERNET******* ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
Prainha, na zona oeste do Rio

Um bloco saindo às 4h da manhã em cortejo pelas ruas desertas do centro. Uma coleção de azulejaria escondida na floresta. Ivete Sangalo desfilando. Uma laje de pedra a 696 metros do chão com vista para praias dos dois lados.

Todas essas cenas podem ser vistas num mesmo lugar e numa mesma data: o Rio de Janeiro, durante o Carnaval. Guias turísticos dizem que a cidade tem a maior festa do mundo. De fato, a impressão de quem anda pelas ruas lotadas ouvindo um constante som de percussão, mesmo que distante, é esta.

Yasuyoshi Chiba/AFP
Samba musicians perform at Pedra do Sal, considered the birthplace of Samba, in Rio de Janeiro, Brazil, on November 21, 2016. For renown 74-year-old singer-composer Paulinho da Viola, the samba reaches its 100 years of age impoverished by today's hectic way of life. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Samba na Pedra do Sal

A Prefeitura do Rio autorizou 452 blocos carnavalescos a desfilar neste ano. Neste número não estão incluídos os extraoficiais, menores e que, para muitos, são a folia que interessa. Para não perder nenhum da sua lista de preferidos, o bom é fazer um roteiro.

Os blocos da zona sul costumam atrair milhares de pessoas, ter carros de som e um clima "oficial" —vende-se cerveja autorizada, distribui-se chapéus com logomarca. Entre esses estão alguns tradicionais, como Simpatia É Quase Amor e Sovaco do Cristo, e outros mais recentes, mas também lotados, como o Imaginô? Agora Amassa.

Quem quer um Carnaval de rua mais "alternativo" deve procurar os blocos do centro da cidade e da zona portuária. O maior símbolo dessa corrente é o infindável e indomável Cordão do Boi Tolo, que sai sem roteiro e sem mapa no domingo de manhã e só acaba na madrugada seguinte, não se sabe onde.

Mas há dezenas de outros, como o Amigos da Onça, que no ano passado saiu às 4h da manhã no centro, o Minha Luz é de Led, o Bunytos de Corpo e ainda o Viemos do Egyto.
Na Ilha de Paquetá, a pouco mais de uma hora de balsa, sai o bloco Pérola da Guanabara. A ilha, na baía que dá nome ao bloco, não permite carros, só bicicletas e charretes.

Fabio Teixeira/UOL
RIO DE JANEIRO - RJ - 23/02/2014 - O Bloco cordao do boitata fez a concentracao na rua do mercado centro, depois passou pela Praca xv, Rua da Assembleia, Rua da Carioca, e Praca Tiandentes centro da cidade,criancas, adolecentes, idosos se alegravam com as marchinhas de carnaval via era a familia a bela diversidade do Carnaval o que Foto: Fabio Teixeira / UOL
Cordão do Boi Tatá

Há ainda, é claro, o programa mais emblemático do Carnaval carioca: o desfile das escolas de samba na Sapucaí. Embora tenha perdido espaço para os blocos de rua nos últimos anos, a avenida ainda atrai muita gente. Neste ano, quem vier verá, em um dia, Ivete Sangalo, homenageada pela Grande Rio, e críticas ao agronegócio no desfile da Imperatriz sobre o rio Xingu.

Em outro, será possível assistir a uma Portela abalada após ter perdido seu presidente, Marcos Falcon, assassinado, e a Mangueira defendendo o título que ganhou em 2016 depois de mais de dez anos na seca.

CALMA LÁ

Também existe silêncio no Carnaval do Rio. Só que, para quem busca a calmaria, o ideal é escapar para os extremos da cidade e evitar centro e zona sul.

A zona oeste, onde fica a Barra da Tijuca, oferece roteiro para um dia inteiro. Algumas das praias mais limpas estão lá, como a Prainha. Em Barra de Guaratiba fica o sítio Burle-Marx, com uma das principais coleções de plantas tropicais e subtropicais do mundo.

O Museu Casa do Pontal tem o maior acervo de arte popular do país. Tombado pela prefeitura como referência cultural, tem mais de 8.500 peças de 200 artistas brasileiros, produzidas a partir do século 20.

O espaço foi fundado há mais de 35 anos pelo francês Jacques Van de Beuque (1922-2000), que se encantou com os pequenos bonecos de barro do pernambucano Mestre Vitalino (1909-1963), dando início a uma coleção de arte que mostra cenas do cotidiano.

É possível também se refugiar nas montanhas. O Museu do Açude, no Alto da Boa Vista, faz parte dos chamados Museus Castro Maya, residências do empresário doadas a uma fundação que levou o seu nome entre 1963 e 1983. Extinta a fundação, as propriedades foram incorporadas pela União.

Ricardo Borges/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 30-01-2015: Instalção " O Bunker" obra dos Osgemeos, no Museu Casa do Pontal, na zona oeste, do Rio de Janeiro (RJ). A obra é uma construção toda feita de concreto, com aproximadamente 2 metros de altura e pesa 20 toneladas, contando com uma fundação subterrânea que a sustenta. Instalado no jardim do museu, "O Bunker" tem uma figura humana com traços ja conhecidos dos artistas. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress)
Museu Casa do Pontal

Fica em uma casa adquirida em 1913 pelo pai de Raymundo Ottoni de Castro Maya e reformada nos anos 1920, no meio da Floresta da Tijuca. Tem bela coleção de azulejaria, esculturas chinesas e indianas, mobiliário luso-brasileiro e obras a céu aberto de Helio Oiticica e de Lygia Pape.

Ainda nas montanhas, será inaugurada pouco antes do Carnaval a Trilha Transcarioca, que quer ser a "trilha inca" do Brasil, atravessando as florestas da cidade em um trajeto de 180 quilômetros.

Há outras incontáveis trilhas de variados graus de dificuldade. A da Pedra Bonita tem boa relação esforço-recompensa. Em meia hora de subida pouco íngreme, chega-se a uma laje de pedra a 696 metros de chão, de onde se vê, de um lado, praias da zona sul, e, do outro, as da zona oeste, até onde a vista alcança.

Para quem gosta de história, há um novo Rio Antigo, cujo circuito passou a incluir a zona portuária remodelada —os bares do Largo de São Francisco da Prainha, o samba na Pedra do Sal, os ateliês do morro da Conceição e do morro do Pinto, o sítio histórico do cais do Valongo, desencavado pela prefeitura durante as obras para a Olimpíada.

Mas atenção: prepare-se para esbarrar nos blocos da zona portuária, sem destino nem hora para acabar. Pode ser um pouco caótico, mas um pouco de Carnaval não há de fazer mal.

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