Detalhes deixados de lado durante a reforma podem custar caro

Renato Stockler/Folhapress
Espátula de construção

Ouvi -e acatei- todos os conselhos sobre qualidade do material de construção que deveria comprar. O barato sai caro. O mantra foi martelado em minha cabeça mais do que prego em construção durante os cinco meses de obra. E assim, você sabe, o orçamento inicial vai parar na estratosfera.

Gasta-se mais com tudo, da cerâmica do banheiro às luminárias. Até o ralo tem a capacidade de levar mais dinheiro do que o planejado, tem que ser de metal. A tal da qualidade mais durabilidade faz todo mundo colocar a mão no bolso como se estivesse construindo uma fortaleza e fosse viver nela durante 50 anos.

Mas tem uma coisa que ninguém fala. E você não se preocupa, porque tem coisas mais importantes para dar atenção. Os detalhes. E o inferno está nos detalhes. E eles só se manifestam quando o mestre de obras entregou a chave e o arquiteto nem atende mais seus telefonemas.

Tomadas. Alguém se preocupa em saber onde ficarão as tomadas? Quantas tomadas cada canto da casa precisa ter? Nem eu.

Então, você só descobrirá a importância delas quando estiver confortavelmente instalado em seu sofá e descobrir que não tem tomada suficiente para o abajur, para o carregador de celular e do laptop.

Das caixas saíram todos aqueles eletrodomésticos sonhados para a cozinha gourmet, mas é tarde demais e só resta xingar todo mundo mentalmente, porque a parede da bancada ostenta apenas duas tomadas.

Faça a conta: filtro, torradeira, máquina de café, chaleira elétrica, grill, liquidificador, centrífuga. Sem contar os acessórios que meu masterchef usa para cozinhar.

E o ar condicionado? Felicidade demais pensar que não vai derreter nos dias de verão para pensar num detalhe importante: o lugar ideal para que ele seja instalado.

Mergulhada em ingenuidade, olhei para aquele trambolho e pensei esteticamente na melhor posição. Ninguém, nem o arquiteto, nem o técnico do apartamento, nem o mestre de obras fizeram qualquer restrição às minhas escolhas. E hoje, um ano e meio depois da obra concluída, sinto alegria por não morrer assada no calor do verão, e muita raiva porque, na sala, o aparelho joga ar frio bem em cima da mesa de jantar.

No quarto, congelo de um lado da cama e meu marido assa do outro. Anotem aí: tomada e ar-condicionado. Peçam um estudo avançado nos dois casos. Não economizem. É o que realmente importa.

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