Escolas bilíngues e internacionais são as mais procuradas pelos chineses

Escolas bilíngues ou internacionais são um dos pontos em que a presença da nova onda de chineses em São Paulo é mais percebida.

A família de Lanbo Cao foi uma das pioneiras. O executivo tentou matrícula para seu filho, então com 13 anos, em mais de dez escolas, sem sucesso. Ele já perdia as esperanças quando conseguiu uma vaga num colégio estrangeiro —Cao prefere não identificá-lo por questões de segurança.

Assim como o pai, o garoto não sabia nenhuma palavra de português, mas era fluente em inglês. Mais que o idioma, porém, Cao acredita que o fator decisivo para o interesse da escola foi a habilidade do garoto em caligrafia chinesa, arte que começou a aprender aos quatro anos de idade.

Hoje com 16, o adolescente gosta de morar no Brasil, mas deve fazer a universidade no exterior. "É um objetivo comum nas famílias de executivos chineses em São Paulo", diz Carol Liu. Como muitos vêm para uma estadia temporária, querem que as crianças possam continuar sem dificuldade os estudos nos EUA, no Canadá ou na Europa.

O casal chinês Bo Feng e Sofia Zhao abriu empresas no Brasil e aqui fez a vida, mas matriculou as duas filhas pequenas numa escola britânica. Além da proximidade de sua casa, na região do Morumbi, a instituição foi escolhida por causa do currículo internacional.

"Quando crescerem, elas podem optar por voltar à nossa terra, onde ainda estão as nossas famílias", conta Feng.

Já a administradora Ying Qiu, 36, quer que os filhos estudem numa escola totalmente brasileira. Em São Paulo há um ano e meio, veio acompanhando o marido, que conheceu em Paris, no Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas).

Nicolas, seu primeiro bebê, nasceu no Brasil, há um ano. "O que importa é que ele fique confortável. Sei que é popular entre pais chineses colocar as crianças em escolas bilíngues, mas prefiro um ambiente brasileiro."

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Para aprender mandarim
Dança do dragão, comida típica e lanternas acesas na praça Roosevelt, no centro da cidade, marcaram em fevereiro o fim do feriado de ano-novo chinês. O evento era parte da agenda do Instituto Confúcio, base de difusão cultural montada pelo governo chinês no bairro do Ipiranga, zona sul paulistana. A instituição é um convênio entre Pequim, a Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e a Universidade de Hubei, e organiza aulas de mandarim e chinês para negócios, eventos ligados a história e artes e intercâmbios culturais e acadêmicos. Há 36 turmas de ensino da língua chinesa em andamento, sete das quais com inscrições abertas.

institutoconfucio.com.br. tel. 2066-5950

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