Novidade no centro, restaurante argentino El Gringo terá empanadas e milanesas

Na casa dos Troccoli os homens eram maioria. Sete filhos, todos sentados à mesa para almoçar. O pai fazia questão de servir cada um, do mais velho ao mais novo. Quando chegava sua vez de comer, coitado, o primeiro já queria repetir.

Os fogões (eram dois de seis bocas), às vezes, eram ocupados com oito panelas (como quando a receita era "puchero", cozido de carnes e legumes, lá preparados separadamente).

"Éramos muitos, então a cozinha funcionava como a de um restaurante", conta Juan Troccoli, um dos sete filhos. Um "restaurante" em que comer era também compartilhar (uma pilha de milanesas, por exemplo).

Essa casa ficava em Buenos Aires e da cozinha argentina que se fazia ali veio a inspiração para um restaurante em São Paulo, mais precisamente no largo do Arouche: o El Gringo, que abre na quinta próxima (8).

Juan Troccoli veio para o Brasil em 1982. Desde o ano 2000 é um dos sócios do bar latino Azucar, no Itaim Bibi. Para abrir o restaurante, coletou as memórias de casa e chamou, para elaborar o cardápio, a chef Aninha Soares (do Mesa III).

Nas reuniões, explicava os sabores daquela cozinha, cheia de referências da colonização espanhola e da forte imigração italiana, em que convivem tortillas de batata e pascualinas (torta de acelga e espinafre). Aninha anotava, anotava e apresentou um menu com opções como as empanadas (R$ 9) de morcilla, atum e queijo com cebola, porções de azeitonas recheadas e fritas (R$ 24) e milanesa de ternera (R$ 32) —não faltam a tortilla e a pascualina (R$ 24, ambas). Da grelha saem bistecas (R$ 42 a de porco e R$ 47 a de boi) acompanhadas de purê de batata, por exemplo.

Quem está passando pelos arredores do largo pode pedir no caixa um choripán (sanduíche de linguiça, R$ 14) e comer caminhando. A entrada do El Gringo é um pouco extensão da rua. As portas grandes se manterão abertas, o piso é como o da calçada e, só ao avançar, passa-se pela porta para um ambiente mais intimista, que combina carpete verde e sofá de couro caramelo. Na parede, menções à Argentina, como os brasões colecionados pelo pai de Juan, Antonio Troccoli, que foi ministro do Interior do presidente Raúl Alfonsín (1983-1989).

Para beber, vinhos de Mendoza com rótulos a até R$ 120 e drinques de jeitão argentino, como Fernet cola (que leva o bitter e Coca-Cola, R$ 18) e clarito (dry que leva vermute, por R$ 25).

El Gringo. Av. Vieira de Carvalho, 179, República, tel. 3223-3878.

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