Miniaturas e partes de aviões mostram design da aviação no Museu da Casa Brasileira

A viagem começa com o primeiro balão de gás da história, em 1709, criado pelo inventor santista Bartolomeu de Gusmão (1685-1724), o Padre Voador. Alguns passos adiante e você pode ver o São Paulo, avião que fez o primeiro voo da América do Sul, em 1910, e foi desenhado por Dimitri Sensaud de Lavaud (1882-1947), espanhol naturalizado brasileiro e morador de Osasco (SP). No final do percurso, o Sora-e, primeiro elétrico brasileiro, de 2015.

Em formato de linha do tempo, a história dessas máquinas de voar em mais de 60 miniaturas (em escala de 1/50) forma o painel que recebe o visitante da mostra "Design na Aviação Brasileira", no Museu da Casa Brasileira, até 20 de agosto. Crianças, velhos, amantes de projetos e engenhos, interessados por desenho, adoradores de brinquedos e traquitanas, correi.

"Nunca ninguém tinha visto essa cronologia em maquete", diz o arquiteto e artista Guto Lacaz, curador da exposição. Ela permite ver a "curiosa tradição da aeronáutica brasileira", bem de perto e em detalhes.

A maior parte dos modelos é de aeronaves da Embraer, criada em 1969 em São José dos Campos para produzir o bimotor Bandeirante e, com isso, dar conta do transporte aéreo regional no país. Hoje, a empresa é uma das grandes do setor e projeta, fabrica e vende aviões e sistemas para aviação comercial, executiva e de defesa e segurança. O seu instituto é patrocinador da exposição.

Há também projetos históricos, como os de Santos Dumont (1873-1932), e outros feitos por instituições de ensino.

Durante os três anos de preparacão da mostra, definidos por Lacaz como "uma aventura de gente apaixonada, uma realização hollywoodiana", ele recebeu contribuições inesperadas. Uma delas foi a tese de mestrado de Guido Pessotti, de 1963, inteira escrita a mão e com desenhos do Urupema, um planador criado para competições de voo a vela. Também "por acidente do destino" chegaram ao curador desenhos de projetos a nanquim das décadas de 1950 e 1960.

O contraste desse material histórico com telas e simuladores de sistemas virtuais de desenho ilustra a evolução da maneira de projetar e representar projetos, do analógico ao digital, outra atração da mostra.

No jardim do museu, duas atrações em tamanho real. O turboélice Super Tucano, de treinamento e ataque, e o Ornitóptero, uma das "hipóteses conceituais" de Leonardo da Vinci (1452-1519). Instalada a 1 metro do solo, a réplica da máquina de voar permite que crianças de até uns dez anos possam entrar, bater as asas e se sentir em pleno voo.

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Design na Aviação Brasileira

Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano. De ter. a dom., das 10h às 18h. Ingr.: R$ 10 (meia entrada, R$ 5). Fim de semana e feriado: grátis

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