Mobilidade e prédios novos atraem famílias de volta ao centro de SP

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 04-07-2017: ***Especial. Novos investimentos no centro*** Vista do centro de SP e pra´ça da Republica do edificio residencial Downton Repuplica da Empresa Setin. Obra, com mais de 300 apartamentos estara pornta no final desse ano (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, COTIDIANO).
Vista do centro de São Paulo e da Praça da República a partir de edifício em obras

"Vir e voltar a pé não tem preço", pensou Talita Paes, 36, quando virou coordenadora do núcleo educativo do Espaço Cultural Porto Seguro, nos Campos Elíseos, em maio de 2016. Em agosto, ela trocou Pinheiros pelo centro. "Queria estar perto do trabalho e do metrô. Consegui mais: tudo fica a duas quadras de casa."

Mobilidade é palavra-chave também para construtoras que apostaram em apartamentos menores na região central.

O preço por metro quadrado equivale ao de bairros nobres, mas o custo total é menor —vantagem competitiva na crise, segundo o sindicato do setor (Secovi). Até a falta de garagens, que já foi motivo de repulsa, virou atrativo.

Nos novos prédios, todos com bicicletário, até metade dos apartamentos não tem vaga. Eles custam dois terços do preço.

A incorporadora Setin adotou essa estratégia em 2013: tem seis projetos perto de estações ou terminais no centro, por onde passam três linhas de metrô, quatro de trem e quatro corredores de ônibus.

"Achava que ia agradar a jovens alternativos", diz o CEO, Antonio Setin. "Encontrei casais com crianças, famílias, avós."

Para o empresário, a região é interessante ainda para um novo modelo de negócio, em que investidores compram para alugar. "Os jovens pensam menos em 'ter', mas todo mundo ainda quer estar sob uma laje, num sofá confortável."

Dona de uma agência de comunicação, Dani Borges, 37, tornou-se há 13 anos um dos cerca de 430 mil moradores centrais.

Em 2016, fez disso um programa: todo mês, abre sala e cozinha para um jantar vietnamita.

Os participantes vão de universitários a casais de 55 ou 60 anos e turistas de fim de semana. "Muitos acham que ir ao centro é uma aventura e ficam curiosos sobre como é morar aqui." O resultado da empreitada, conta, é que "eles perdem o preconceito de que a região seja perigosa ou complicada".

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