Teatro em contêineres, adoção de gatos: conheça sete iniciativas para fazer de SP um lugar melhor

Aulas de português para refugiados, gatos sem dono que não passam fome, sopa para quem dorme na rua, um teatro para todos os bolsos, moradores que cuidam do bairro, a pracinha da memória e da saudade.

Reclamar de São Paulo é fácil. Amar São Paulo, também. Mas tem gente que faz mais do que isso: que se mexe e colabora, sozinha ou em grupo, para aliviar a solidão, a carência e o peso da cidade grande sobre as pessoas e os bichos que nela vivem.

Por exemplo: a engenheira Jacy Lins, que não deixa os gatos abandonados que vivem no parque da Aclimação passarem fome. "Para mim não tem feriado, Natal ou Ano-Novo. Eu nunca falto", diz ela.

Também há o pessoal do Caridade da Madrugada, grupo que circula a cidade nas noites de terça-feira e ajuda a aplacar o frio mais doído de quem mora na rua. "Neste ano, a gente está notando que tem mais morador de rua que no ano passado", observa a bacharel em direito Akássia Pereira, uma das organizadoras do coletivo.

Já o empresário gaúcho José Roberto Silva, 61, descobriu do jeito mais duro sua vocação para ajudar o próximo. Desde que um acidente de avião matou sua filha Madalena aos 20 anos, ele toma conta da praça Memorial 17 de Julho, na zona sul, construída em memória às 199 vítimas do acidente com o vôo 3054 da TAM -a tragédia completa dez anos na segunda (17). "O espelho d'água está vazio, parece uma ruína", reclama Beto, como ele também é conhecido.

Outra iniciativa, o Teatro de Contêiner é fruto de uma companhia de atores que ergueu sua "casa" em um terreno ocioso na Luz, região da cracolândia. O que começou como teatro hoje está virando um centro cultural.

Nos bairros Pinheiros e Campos Elíseos, moradores uniram forças com o poder público para resolver questões que afligem a vizinhança. Rafaella Ferraz Ziegert, 27, ajuda refugiados a aprender português e a usar suas habilidades para obter renda.

"Trabalho voluntário é assim: a gente acha que está ajudando, mas na verdade é uma relação de troca. Você ensina e aprende, dá e recebe, na mesma proporção", afirma.

*

Inspire-se em suas histórias:

Vizinhança voluntária leva segurança e arte à rua Joaquim Antunes, em Pinheiros

Pai de jovem morta em tragédia da TAM cuida de memorial às vítimas

Consultora ambiental ensina português a refugiados e os auxilia na integração no país

Nos Campos Elíseos, gentileza gera solução de problemas

Teatro em contêiner atrai crianças, sem-teto e ex-dependentes químicos do centro

Engenheira dá de comer a famílias de gatos abandonados no parque da Aclimação

Amigos percorrem a cidade de madrugada para levar agasalho e sopa a moradores de rua

Publicidade
Publicidade