Museus de SP trazem chefs para comandar seus restaurantes

Balaio
Em meados de setembro, o Instituto Moreira Salles abrirá as portas de sua nova sede, na avenida Paulista. O prédio envidraçado vai abrigar a nova casa do chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó. O Balaio, como foi batizado o empreendimento, foi pensado para estar ali, diz Rodrigo, depois do convite do empresário Pedro Moreira Salles. O IMS pedia um lugar inclusivo e moderno. O chef, então, pensou em uma casa "com comida cotidiana em um ambiente aconchegante e despojado". O cardápio, ainda mantido em sigilo, deve "olhar o Brasil por completo", influenciado pelas experiências do Mocotó e do Esquina. "O Balaio tem a ver com o conceito do instituto, que fala de arte brasileira, mas não dá as costas para o que acontece lá fora. Tem uma pitada do mundo. Dificilmente você vai comer trufas ou salmão chileno lá, mas não há problema em importar conceitos, técnicas ou pitadas", diz. O restaurante de 80 lugares vai funcionar do almoço ao jantar, sem intervalos, e terá cardápio também para o happy hour. O IMS terá uma área de exposições, com fotografia como carro-chefe, cineteatro e biblioteca.

No Instituto Moreira Salles

A PARTIR DE MEADOS DE SETEMBRO
ONDE Av. Paulista, 2.424, Bela Vista

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Vista
No oitavo andar do prédio projetado por Niemeyer na década de 1950, desenhos na parede mostram como será o Vista Ibirapuera, restaurante comandado por Marcelo Bastos (Jiquitaia), que abrirá as portas em outubro. Com privilegiada vista da cidade, terá receitas brasileiras como o arroz de cuxá (com vinagreira e camarão) e peixe frito, petiscos para um happy hour e drinques do bartender Laércio Zulu. Três elevadores vão levar ao restaurante em horário independente do museu. Seu tíquete-médio deve ser de R$ 120. No primeiro andar, já funciona o Vista Café, com seu "convescote": com entrada, prato e sobremesa (R$ 35 a R$ 55), pão de queijo (R$ 5) e bolo do dia (R$ 9). Apesar do acervo latino-americano, o conceito não foi demanda do museu, que abriu licitação para escolher a empresa que conduziria os espaços de descanso dentro de 32 mil m² de mostras.

No Museu de Arte Contemporânea da USP

O QUE PEDIR? Cuscuz de milho com ovo mole e manteiga de garrafa (R$ 12)
ONDE Av. Pedro Álvares Cabral, 1.301, Ibirapuera; entrada gratuita

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Cantina
"O café tem que ser uma extensão do museu. Deve servir como espaço de reflexão, de acolhimento e até mesmo ajudar a compor a programação cultural", diz Alessandra Almeida, diretora do Museu da Imigração. Pois o chef Fellipe Zanuto (do restaurante Hospedaria, na Mooca) mergulhou fundo na história (e no acervo) da imigração para orientar seu trabalho. Com apoio de suas outras cozinhas profissionais —já que no museu não é permitido o uso do fogo—, ele prepara pães e embutidos para o café. Lá, serve waffles, bolos e biscoitos para estudantes, famílias e turistas que desejam algo para acompanhar o café, extraído em diferentes métodos. Nos fins de semana, das 10h às 15h, há brunch nas ensolaradas mesas do terraço.

No Museu da Imigração

O QUE PEDIR? cold brew (R$ 12) e sanduíche de focaccia (R$ 22)
ONDE R. Visc. de Parnaíba, 1.316, Mooca, tel. 2692-1866; entrada gratuita

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Junji Sakamoto
Antes de inaugurar o centro cultural instalado na avenida Paulista, um grupo de japoneses foi conhecer, anonimamente, restaurantes japoneses da cidade. Os visitantes selecionaram para a Japan House a comida do chef Jun Sakamoto, "por sua apresentação, sabor e constância". A ideia de ter o Junji na casa, aberta em maio, era a de reforçar o "portal para o Japão, ofertando todas as facetas culturais ao público", diz a presidente da Japan House, Angela Hirata. Jun conta que, nesta unidade do Junji, a finalidade é oferecer um "intercâmbio cultural". Por isso, começou com um cardápio mais familiar ao brasileiro, com sushis, sashimis e teishokus (os pê-efes japoneses) "da forma como se serve no Japão". "Depois, passamos a apresentar receitas que o público pode ainda não conhecer, como o minono [cozido de legumes] e sunomono [avinagrado de pepino e polvo], que acompanham o teishoku", diz.

Na Japan House

O QUE PEDIR? Teishoku tonkatsu (com filé-mignon suíno à milanesa, por R$ 70)
ONDE Av. Paulista, 52, Bela Vista, tel. 3090-8900; entrada gratuita

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Santinho
Um nhoque servido no The Modern, no Moma de NY, marcou a chef Morena Leite, que quis cozinhar em um museu brasileiro. Logo depois de retornar ao país, recebeu o convite para ocupar o restaurante do Tomie Ohtake, onde já está há oito anos. No Museu da Casa Brasileira, em 2013, ela participou de uma chamada pública e também assumiu o serviço de comida da instituição. Nos dois espaços instalou o seu Santinho, com bem cuidado bufê de receitas brasileiras. Ali há, por exemplo, moqueca, picadinho e frango envolto em crepe de mandioquinha. "A comida é também uma forma de expressão cultural. Valorizá-la é uma forma de atrair gente para esses destinos", diz Morena.

No Tomie Ohtake e no Museu da Casa Brasileira

O QUE PROVAR? Salada de banana com castanhas servida no bufê
ONDE
MCB. Av. Brg. Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano, tel. 3032-3727; ingresso R$ 10 ou R$ 5 (ter. a sex.); bufê R$ 59 e R$ 91 (fim de semana)
Tomie Ohtake. Av. Brig. Faria Lima, 201, Pinheiros, tel. 2245-1900; entrada gratuita; bufê R$ 58 e R$ 86 (fim de semana)

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Chez Mis
Passada a entrada do museu, no fundo do corredor, a moderna construção de vigas e concreto aparentes abriga o Chez Mis —casa gerida pelo mesmo grupo do Chez Oscar, empreendimento de quatro andares na rua Oscar Freire. Desde 2012, o restaurante serve algumas opções de entradas, sanduíches, pratos e de drinques. Pelas largas janelas, é possível acompanhar a movimentação do museu em dias de evento e contemplar o paisagismo do entorno.

No Museu da Imagem e do Som

O QUE PEDIR? Nhoque de mozarela, creme de parmesão e farofa de pão (R$ 53)
ONDE Av. Europa, 158, Jd. Europa, tel. 3467-3441; entrada gratuita

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