Casal hospitaleiro serve cozinha árabe bem-feita a bons preços no Al Árabe

Bruno Santos/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 19-09-2017: O restaurante Al Arabe, no bairro de Pinheiros. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-REVISTA SAO PAULO *** EXCLUSIVO FOLHA***
Pastas, porção de faláfel e quibe do Al Árabe

Jorge Asiuni Kuri, um mexicano de família síria de 55 anos, exerce amável hospitalidade em seu restaurante Al Árabe. Diante de pratos ainda cheios sobre a mesa —e pessoas já satisfeitas ao redor— convida a todos a dar uma voltinha no quarteirão, com humor, e depois retornar para acabar de comer. Aproveita para anunciar uma sobremesa atraente, ultrasedosa, difícil de resistir. Servida quente, combina camadas de semolina, nata, queijo, amêndoas regadas com uma calda de rosas não muito doce.

Os pratos ali, em sintonia com as fartas mesas árabes, são abastados e têm bons preços. Em ambiente simples e familiar, Jorge trabalha ao lado de sua mulher Hala Haddad, a síria que largou a escola e aprendeu a cozinhar observando a mãe, e apenas mais duas funcionárias.

Servido somente aos sábados, o fatte é uma preciosidade —dos que eu já provei em São Paulo, está entre os melhores, divide atenção com o da Tenda do Nilo, cujas proprietárias, as irmãs Isper, olha só que ironia, são primas do casal do Al Árabe.

Hala mantém a tradição ao usar músculo e costela de cordeiro no preparo —uma das adaptações mais salientes dessa cozinha no Brasil foi a substituição da carne desse animal, abundante nas regiões montanhosas, pela carne bovina.

Cubos macios são embebidos em um creme aveludado, brilhante, lácteo e leve à base de coalhada, com intensa presença de alho. Grão-de-bico cozido, amêndoas, nobres pinoli e pão sírio torrado completam a obra. Nota-se que os pedaços de pão são acrescentados só antes de ir à mesa e, portanto, conservam a crocância, uma beleza (R$ 52, com arroz sírio, serve até três pessoas).

Também se sai muito bem o faláfel, bolinho de grão-de-bico dourado, de fritura sequinha e interior úmido, delicadamente temperado com coentro e especiarias sírias (R$ 31,50, seis unidades mais homus, salada e pão).

Diferente do quibe que se popularizou aqui, um bolinho denso, pesado e compacto, o quitute resulta oco, com borda fina e recheio solto e molhadinho no interior (R$ 7). A delicadeza não se repete na esfirra fechada, com massa espessa e um pouco seca (R$ 4,50), mas predominam outros acertos.

O baba ghanoush é feito à mão, com berinjelas tostadas diretamente no fogo —eis aquele gostoso defumado—, a kafta, suculenta, é bem temperada com especiarias sírias (R$ 23,50). Uma orgia.

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AL ÁRABE
Onde: r. Artur de Azevedo, 1.919, Pinheiros; tel. 2533-0474.
Quando: de seg. a sex., das 9h às 18h; sáb., das 9h30 às 17h.
Avaliação: muito bom

Bruno Santos/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 19-09-2017: O restaurante Al Arabe, no bairro de Pinheiros. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-REVISTA SAO PAULO *** EXCLUSIVO FOLHA***
O Al Árabe, em Pinheiros
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