Passeio de carro leva a praias, restaurantes e cartões-postais de Punta del Este

Um carro pode combinar com o lugar em que se está. O Giulietta, da centenária Alfa Romeo, exemplifica essa união: moderno, porém tradicional —sua primeira versão é dos anos 1950. Familiar, mas com jeitão esportivo. Confortável, cobra seu preço por isso. E é um veículo para ser visto. Eis um modelo para Punta del Este.

Por US$ 100 (R$ 328), este repórter alugou o modelo para passar um dia na cidade uruguaia de 13 mil habitantes —estima-se que só 20% deles nasceram nela— e seguir até José Ignacio, uma vila a pouco mais de 50 km dali.

Local de partida: o Conrad, onde o carro é retirado. O hotel destaca-se na paisagem do balneário, com seus 17 andares, 294 quartos, sete restaurantes, três piscinas e um cassino. A diária parte de R$ 655 no verão. É comum ouvir pelos corredores palavras em português —20,4 mil dos 57 mil hóspedes que estiveram nele, de janeiro a outubro deste ano, eram brasileiros.

Pouco depois, o carro é estacionado próximo ao farol de Punta, ponto mais alto do balneário. A uma quadra dali, o cruzamento da Capitan Miranda com a 2 de Febrero é o único local da cidade em que, ao olhar em volta, o mar aparece no final de todas as ruas.

De volta ao volante, a poucas quadras fica a avenida Rambla General José Artigas. É um dos espaços mais bonitos do balneário. De um lado, há o mar. Do outro, mansões. Não há barulho nem barracas de vendedores (tão comuns a nós, brasileiros).

Seguindo a estrada, o cenário muda.

Na curta praia Emir, surfistas predominam. A seguir, na Brava, uma das mais conhecidas do balneário, a principal atração está na areia. Em busca do melhor ângulo para fotografá-la, turistas cercam os dedos que saem do chão. É a obra "A Mão", feita pelo chileno Mario Irarrázabal há 35 anos.

A rota continua, e surge a ondulada ponte Leonel Viera. Nela, o programa dos visitantes consiste em atravessá-la pisando um pouco mais no acelerador.

Daí em diante, o caminho até a charmosa José Ignacio torna-se uma reta, com belas praias à esquerda, praticamente vazias, e, à direita, verde e poucas casas.

Já na vila, o burburinho concentra-se no entorno do restaurante La Huella. Frequentadores com óculos espelhados e bem vestidos se aglomeram no local. Apesar dos 300 lugares, se não houver reserva, esqueça. Em alta temporada, ligue dias antes.

Frustração por não provar o peixe do dia na parrilha, carro-chefe da casa vendido a cerca de R$ 85, e beber um dos drinques, entre os quais caipirosca, mojito e pisco sour —por volta de R$ 28.

Ainda dá tempo de dar meia-volta, cruzar Punta del Este e chegar a Punta Ballena. Lá está a Casapueblo.

O imóvel de paredes brancas foi construído por Carlos Páez Vilaró (1923-2014), que chegou a trocar quadros por materiais para erguê-lo. Sua conclusão levou mais de 40 anos. Hoje, é um museu, com obras do artista e terraços para admirar a paisagem.

A atração mais cobiçada é a cerimônia durante o pôr do sol acompanhada pela voz de Vilaró, gravada. Dizem que é inesquecível. O difícil é conseguir entrar no horário disputado. Quem fica de fora admira o entardecer sobre as pedras ao lado da casa.

O sol sumiu. Vem o jantar. Não é possível deixar a cidade sem experimentar a famosa carne uruguaia. No restaurante El Secreto, o lomo é servido na parrilha (R$ 88, com batata). Saboroso, vale cada centavo gasto.

Ainda há muito para se fazer. Degustar vinhos na vinícola Alto de la Ballena. Experimentar queijos. Fazer compras em lojas nas vias El Remanso e Gorlero -ou comer churros, alfajor. Beber no pub Moby Dick.

Hora de devolver o carro. Passou rápido. Menos de um dia a bordo do histórico Giullieta foi insuficiente. Assim como é pouco para desfrutar de Punta del Este.

O jornalista viajou a convite do Enjoy Conrad Punta del Este

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DICA DE VERÃO

A Bodega Garzón (bodegagarzon.com) é um dos clássicos da região. Nela, há três tours com degustação de vinho, dois deles com passeios pelos vinhedos —em torno de R$ 80 a R$ 950 por pessoa. Depois, a visita pode seguir no restaurante da adega, com vista para o campo. Também dá para curtir tudo lá de cima: há passeios em balão sobre oliveiras e amendoeiras —R$ 3,3 mil p/ até cinco pessoas

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QUEM LEVA

Conrad
tel. 3709-0000.
A partir de US$ 746.
Inclui três noites, traslados e aéreo

Submarino Viagens
submarinoviagens.com.br
A partir de R$ 1.650 Inclui aéreo e quatro noites em apto. duplo no Hotel Concorde, com café da manhã

55destinos Viagens
55destinos.com; tel. 3469-0755.
A partir de US$ 938
Inclui três noites em apto. duplo, com aéreo

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