Mãe registra nas redes sociais o dia a dia de filho gestado por moradora da cracolândia

A um mês de seu aniversário, a fotógrafa e secretária-executiva Annie Baracat, 39, postou nas redes sociais um pedido: queria que o maior presente de sua vida chegasse. E no dia da festa, 5 de agosto de 2016, Lilo saiu do abrigo e foi viver em sua casa.

Solteira, a moradora de Perdizes sempre quis adotar. Ficou incomodada quando a psicóloga do fórum explicou que a maioria das mulheres que estavam lá já tinham tentando engravidar. "Para mim, adoção não era um plano B", conta.

E assim, na celebração de seus 38 anos, Annie virou mãe. Buscou Lilo na casa onde estava abrigado. Mal sabia abrir o carrinho de bebê. Como faz para fechar o cinto da cadeirinha? Nada disso importava. "Parece que o que faltava na minha vida, naquele momento, encaixou."

O menino tinha cinco meses. Era filho de uma moradora da cracolândia que o deixou no hospital. Quando o fórum entrou em contato com Annie, explicou que o bebê tinha sopro no coração, refluxo e hepatite C. "Podiam ter me falado que nasceu com seis braços. Não ia fazer diferença", diz.

Desde que foi morar com sua mãe, o pequeno, agora com dois anos, não teve mais problemas sérios de saúde. Com relação à hepatite C, o médico disse apenas: "que hepatite?". O que havia sido detectado era o anticorpo da genitora. Ele estava livre.

Annie compartilha em uma conta do Instagram o dia a dia da maternidade solteira e pós-adoção. Não é fácil. "Lavo, cozinho, dou bronca, dou beijo. Deixo meu filho de manhã na escola e busco de noite. Mas não só é a minha vida. É a vida de muitas mulheres."

*

Não é mais filho adotivo. Ele é meu filho. Não sou mais mãe do coração. Sou mãe

Annie Baracat, 39

Publicidade
Publicidade