Esperança de continuidade da espécie, casal de rinocerontes decide ficar só na amizade

Tudo foi feito para gerar aquele clima de romance e pegação. Corria o ano de 1998, Britney Spears estreava o ritmo sapeca de "Baby One More Time", Céline Dion esparramava pelo mundo a música do filme "Titanic", quando os dois jovens rinocerontes-brancos trazidos da África do Sul foram colocados frente a frente pela primeira vez no zoológico de São Paulo.

Até os nomes escolhidos tentaram dar uma forcinha: Adão e Eva. Só faltou serem recebidos com uma toalha em forma de cisne ou de coração.

Mas nada deu muito certo. Ao contrário do que prega a Bíblia, o casal se recusou a povoar o mundo –o que é uma pena para uma espécie que chegou a ter menos de cem indivíduos no início do século 20 e que, até hoje, é alvo de caçadores que buscam seus chifres para serem vendidos no mercado ilegal.

Por causa disso, embora atualmente existam mais de 20 mil rinocerontes-brancos-do-sul espalhados pelo planeta, eles ainda permanecem categorizados como "quase ameaçados".

Aos 21 anos, Adão e Eva talvez ainda se lembrem de quando chegaram ao Brasil e receberam os cuidados de Manicoré. No zoo desde 1974, a rinoceronte morreu em 2005 e serviu como mãe substituta para o casal.

Os irmãos de criação viram, então, que não existia clima para nada além de uma boa amizade ou um lanchinho de alfafa com silagem em frente aos visitantes do zoo, que devem chegar a 180 mil em julho, o mês de maior público.

Zoológico de São Paulo Av. Miguel Estefano, 4.241, Água Funda, tel. 5073-0811. Seg. a dom., 9h às 17h. Ingr.: de R$ 15 a R$ 36 (crianças menores de 5 anos e deficientes não pagam)

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CURIOSIDADE

No zoo, cada um come 4,5 kg de ração, 10 kg de alfafa e 30 kg de silagem por dia

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