41ª edição do Festival de Inverno terá 83 espetáculos a partir de sábado

Já é um hábito antigo reunir em julho a grande música erudita e o frio de Campos do Jordão. E há novidades no 41º Festival Internacional de Inverno: serão quatro semanas de concertos a partir do dia 3, no lugar das três semanas até o ano passado.

Para tanto, o festival cresceu também em orçamento (de R$ 5,3 milhões para R$ 6,5 milhões), bancado sobretudo pelo governo do Estado. E, ao lado de 83 espetáculos pagos ou gratuitos, terá 170 bolsistas. A cidade vira um imenso conservatório com professores, daqui e estrangeiros, para jovens interessados em se aperfeiçoar em instrumentos sinfônicos --violino ou trompa, mas não guitarra ou teclado elétricos.

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Cristina Ortiz executa repertório em homenagem aos 200 anos do nascimento de Frédéric Chopin

Outra ampliação é a da ideia de músicos residentes. Desta vez o papel será cumprido pelos titulares da Osesp. Ela fará, como sempre, o concerto de abertura, regida pelo uruguaio Carlos Kalmar e que trará como solista o flautista suíço Emmanuel Pahud (obras de Berlioz, Reinecke, Coelho de Souza e Dvorak). A orquestra voltará a se apresentar com seu regente titular, o francês Yan Pascal Tortelier, e ainda sob o comando do britânico Frank Ship-way e do brasileiro Alex Klein.

Três compositores serão homenageados. Frédéric Chopin e Robert Schumann serão lembrados pelos 200 anos de nascimento. Donos de ricos repertórios para piano, o primeiro será o pretexto para recitais do pianista polonês Zbigniew Raubo e da brasileira Cristina Ortiz.

Quanto a Schumann, apresentam-se três grandes nomes do pianismo brasileiro: Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Caio Pagano.

O terceiro compositor homenageado será o austríaco Gustav Mahler, nascido há 150 anos. A Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio, virá com seu regente titular Roberto Minczuk para fazer a "Sinfonia nº 3", enquanto a paulistana Orquestra Experimental de Repertório, regida por Jamil Maluf, interpretará a "Sinfonia nº 1" e canções da série "Des Knaben Wunderhorn".

Entre as outras orquestras sinfônicas no festival está a Filarmônica de MG (a grande boa surpresa do cenário musical brasileiro nos últimos dois anos), regida por seu titular, Fábio Mechetti, que terá como solista Nelson Freire, no "Concerto para Piano e Orquestra nº 2", de Brahms.

Música de câmara
Com relação à música de câmara, há três excelentes grupos internacionais no programa: a Akademie für Alte Musik Berlin, especializada no repertório barroco; o Quarteto Arditti, que é referência em músicas escritas no final do século 20; e Les Musiciens de Saint-Julien, grupo francês especializado em repertório medieval e renascentista, criado pelo flautista François Lazarevitch.

Em tempo: dois reputados barroquistas brasileiros, o violinista Luiz Otávio Santos e o cravista Alessandro Santoro, programaram quatro sonatas de Johann Sebastian Bach. A Camerata Fukuda, também de cameristas, fará Vivaldi e Haydn, mas também o menos conhecido compositor japonês Masaaki Hayakawa.

Campos do Jordão trará juntos pela primeira vez dois músicos que estão nos sonhos de dez entre dez produtores de espetáculos eruditos: o violoncelista pernambucano Antonio Meneses e a pianista de origem portuguesa Maria João Pires.

Por fim, estão programados també para São Paulo 11 dos espetáculos de Campos do Jordão.

www.festivalcamposdojordao.org.br
Ingressos à venda na Sala São Paulo e em Campos do Jordão.

Veja alguns destaques da programação

"A Música e seus Diálogos" é o tema do festival, que acontece de 3 de julho a 1º de agosto; 11 dos 80 concertos serão repetidos em São Paulo, em espaços como o Sesc Vila Mariana e a Sala São Paulo.

4 de julho - Fábio Zanon
Figura dominante do cenário mundial de violão clássico, apresenta-se com a Orquestra Jovem do Estado.
Praça do Capivari, às 12h30. Grátis (também em 31/7, na capela do Palácio Boa Vista, às 17h. Ingr.: R$ 50)

7 de julho - Quarteto Arditti
Reconhecido pelo repertório contemporâneo, executa peças clássicas com leitura atual.
Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 50 (também em 8/7, no Sesc V. Mariana, às 21h. Ingr.: R$ 20)

8 de julho - Antonio Meneses
Mais celebrado instrumentista brasileiro de cordas, o pernambucano estreia duo com a pianista Maria João Pires na apresentação que marca o lançamento de um disco com concertos de Joseph Haydn.
Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 80 (também em 9/7 na Sala São Paulo, às 21h. Ingr.: R$ 20 a R$ 60)

9 de julho - Orquestra Sinfônica Brasileira
Sob regência de Roberto Minczuk, executa a "Terceira Sinfonia" de Mahler com Coro Sinfônico do Rio de Janeiro e Coro de Crianças da OSB.
Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 80 (também em 10/7, na Sala São Paulo, às 21h. Ingr.: R$ 20 a R$ 60)

10 de julho - Nelson Freire
Um dos grandes pianistas brasileiros, ele se apresenta com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 80

3 de julho - Osesp
Sob regência de Carlos Kalmar, faz o concerto de abertura do festival. Apresenta-se em demais datas sob o comando de outros regentes.
Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 80

12 de julho - Akademie für Alte Musik Berlin
Fundado em 1982, é um dos mais importantes conjuntos de câmara dedicados à música antiga.
Sala São Paulo, às 21h. Ingr.: R$ 20 a R$ 60 (também em 14/7, no Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 50)

19 de julho - Gilles Apap
É considerado um dos melhores violinistas do século 21.
Sala São Paulo, às 21h. Ingr.: R$ 10 a R$ 50 (também nos dias 20, 21 e 22/7 no Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 60 a R$ 80)

23 de julho - Cristina Ortiz
A pianista brasileira executa repertório em homenagem aos 200 anos do nascimento de Frédéric Chopin.
Auditorio Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 80 (também em 28/7, acompanhada da Orquestra Sinfônica Municial, no Auditório Claudio Santoro, às 21h. Ingr.: R$ 60)

24 de julho - Zbigniew Raubo
O pianista polonês executa repertório dedicado à obra de Chopin.
Capela do Palácio da Boa Vista, às 17h. Ingr.: R$ 50.