Os copânicos

Com apês caros e disputadíssimos, reforma, museu e livros sobre a sua história a caminho, o Copan está no centro... das atenções. Alguns de seus moradores contam "causos" do edifício da avenida Ipiranga:

Christian von Ameln/.

O estilista Walério Araújo no edifício Copan, no centro paulistano, onde mora há 16 anos e abriu uma loja há cinco

"Minhas primeiras clientes, Elke Maravilha, Tiazinha, vinham aqui e se impressionavam. Achavam que era mais bagaceira! Quando cheguei, era trash: travesti corria atrás de cliente que não pagava, jogavam lixo pela janela... Aí, o síndico botou câmera em tudo e nos prédios vizinhos. Agora, todo mundo quer morar aqui. Me perguntam por que não abro loja nos Jardins, dizem que tenho um conceito 'superOscar Freire'. Mas sou extremamente dependente da 25 de Março e faço tudo a pé."
Walério Araújo, estilista, 16 anos de Copan e cinco com loja no edifício

"Já tomei multa porque uma menina veio numa festa aqui em casa, me roubou um sapato e ainda saiu fumando no elevador. Tava tudo filmado. A gente é vigiado o tempo todo. O drama é o Love Story [casa noturna na frente do prédio]: dá pra ouvir tudo de casa. Às 8h, ainda tá bombando com aquele forró clubber. Já liguei pro Psiu, não adianta. No Ano-Novo, todo mundo sobe no terraço. Parece a Praia Grande. Você vê toda a cidade e fica apontando: 'Ó, lá no Tatuapé já é Réveillon'."
Melissa Depeyre, hostess do clube Lions, quatro anos de Copan

"Me casei na 'laje' do Copan. A decoração era a cidade. Um convidado teve labirintite e foi embora. Mas o dia foi perfeito para os convidados curtirem a vista. No Réveillon, todo mundo sobe na laje. É uma mistura de classes, onde se encontram garrafas de sidra Cereser e Moët & Chandon."
Mika Lins, atriz, morou e casou no Copan e deve voltar ao prédio em 2011

"Tinha uma senhora que se vestia de princesa e andava pelo prédio. Mas lá ninguém comenta. Todo mundo é diferente. À noite, o centro é bucólico. Tem criança brincando na rua."
Sissi Spitaletti, dois anos e meio de Copan, abriu o Bar da Dona Onça no edifício

"Aqui é o bairro mais seguro de SP. Tem trombadinha, mas roubo pesado é no Itaim, no Morumbi. Assaltam lá e gastam aqui. Quem vem morar não pode ter preconceito com puta nem com burguês."
Janaina Rueda, chef e sócia de Sissi no bar, está reformando apartamento no prédio

NA MODA COM ROBERTO CARLOS
E o estilista Walério Araújo apronta mais uma: deve assinar nos próximos dias um contrato com Roberto Carlos, o jogador. Vai criar peças em jeans para a marca de roupas do craque, a RC3.

GRAMMY, FUNK E TATTOOS
Sem expor em São Paulo há oito anos, o artista plástico Walter Goldfarb volta à cidade com novidade no currículo: foi escolhido para fazer uma pintura que será usada na comunicação visual do Grammy Latino, em novembro. Por aqui, o carioca inaugura a mostra "Diabólica Leitmotiv" no próximo dia 16, na Galeria Thomas Cohn. As obras que ele apresenta surgiram de pesquisa sobre tatuagens e fetiches em bailes funk e academias do Rio.

ÓIA O TREM... DA BALADA!
Chegar na balada de maria-fumaça vai ser uma experiência para quem for à festa Deep - Back on Rail, no dia 25. O evento rola no Memorial do Imigrante, na Mooca, onde a locomotiva estará em atividade para levar o público para a pista de dança, que fica no meio de um "cemitério de trens". No line-up da balada eletrônica, Marcio 8, Felzener, Click Box Live e Laurent F. Mais informações sobre o evento no site www.deepcrew.com.br.

SE JOGA NA PARTY!
Clubes de SP fazem de tudo para destacar suas baladas até no feriadão. O convite da festa agendada para a última sexta na Pink Elephant descrevia a boate como "the one and only opened on the federal holidays" (a primeira e única aberta nos feriados nacionais). Com o endereço, não podia faltar o telefone de contato para "table reservations" (reservas de mesas).