Em "Otro", Coletivo Improviso investiga alteridade; veja vídeo

Para falar do amplo e abstrato tema da alteridade em "Otro" --que estreia na próxima sexta (3/6) no Sesc Pompeia (zona oeste de São Paulo)--, o Coletivo Improviso estabeleceu diversas etapas de criação, de "workshops" a saídas de campo pelas ruas do Rio de Janeiro. O foco era a observação do outro, não de modo isento, mas com as subjetividades do elenco.

	Renato Mangolin/Divulgação
	Cena do espetáculo "Otro", do Coletivo Improviso, que estreia na próxima sexta-feira (3/6) no Sesc Pompeia

O resultado é uma série de cenas recortadas, que trazem percepções das relações humanas. "É como se o espetáculo fosse resquícios de experiências. E a experiência é sempre impalpável", explica Enrique Diaz, que divide a direção com Cristina Moura.

Confira vídeo com trechos da peça:

Veja vídeo

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VERDADE OU MENTIRA?

Veja exemplos de investigações participativas que originaram trechos da peça. Na releitura dos fatos, é tênue a linha entre o ocorrido e o subjetivo:

1. Império dos sonhos
Em uma das cenas, um ator relata quando encontrou em um bar um homem que tinha tatuado no braço um nome de mulher. Intrigado com o rapaz, o intérprete o segue, perde-o de vista e se defronta com outro homem com um discurso louco. A situação realmente aconteceu, mas, na cena, são incluídos delírios, "como num filme de David Lynch", define Diaz.

2. Auto da Barca
Na pesquisa, um ator foi à plataforma da barca Rio-Niterói, vendado e com um cartaz em que pedia ajuda para atravessar a baía de Guanabara e encontrar a mulher que ele ama. Outro filmou tudo com uma câmera escondida. No palco, são projetadas cenas do vídeo, com a reação de passantes, e o elenco relata a história. Mas é relativa e duvidosa a verdade encenada.

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