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09/09/2011 - 16h18

Socialites criam blog para revender bolsas de grife usadas

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NATÁLIA ZONTA
DE SÃO PAULO

Arrependidas, endividadas ou endinheiradas em busca de espaço no guarda-roupa acharam a solução para seus problemas. Com a ajuda de um blog criado por um trio que conhece bem sua clientela, é possível vender desde uma bolsa Chanel "básica" por R$ 2.200 até uma Birkin de couro de crocodilo por R$ 53 mil. Socialites compram as peças de segunda mão e comemoram o bom negócio.

Há três meses no ar, o pegueibode.com foi criado numa madrugada pela empresária Daniela Carvalho, 26, a estudante Gabriela Carvalho, 20, e a advogada Flávia Eluf, 42. Daniela e Gabriela são irmãs, e Flávia é madrasta das duas.

Julia Rodrigues/Folhapress
Daniela, Flávia e Gabriela, criadoras do blog pegueibode.com, que revende bolsas de grifes usadas
Daniela, Flávia e Gabriela, criadoras do blog pegueibode.com, que revende bolsas de grifes usadas

Os primeiros produtos à venda eram das idealizadoras. "Não aguentava mais olhar para um sapato Christian Louboutin, presente de uma pessoa de quem 'peguei o maior bode'", conta Flávia.

Meio na brincadeira, o trio fez o primeiro post e o divulgou no Facebook. No dia seguinte, o sapato e outra sapatilha já estavam vendidos. O boca a boca fez o restante e, em pouco tempo, a página acumulou 20 mil visitas diárias. O trio fica com uma comissão, que varia de 15% a 20%, e doa 1% para o Educandário Dom Duarte, tocado pela sogra de Flávia.

Os preços, definidos pela dona da peça, nem sempre ficam abaixo do valor original --se tiveram pouco uso ou são da coleção atual da grife, por exemplo. "Recebemos peças com etiqueta [caso da Birkin de crocodilo]", afirma Daniela. "Só vendemos produtos de amigas, para não repassar falsificações", garante Flávia.

Antes de completar o primeiro trimestre, o site virou empresa. E deve crescer: ganhará novo layout e ferramentas que permitam a compra com cartão de crédito. Hoje, as transações são feitas via depósito em conta. O nome também já foi registrado e elas se apressam para profissionalizar o negócio e não perder nenhuma venda.

O que, ao que tudo indica, não será alterado são os textos que descrevem os produtos, cheios de exclamações, odes às grifes, palavras como "peruete" e expressões como "precinho amigo" ligadas a itens com quatro dígitos. "Um monte de gente reclama dos erros de português, mas dizemos que é um site informal", tenta explicar Daniela.

"CURADORIA" E SELEÇÃO

Para manter o nível da clientela, apenas marcas de luxo entram no blog. "Fazemos uma 'curadoria' para colocar as melhores peças", diz Flávia. Quando o site comercializa uma Birkin, até as clientes passam pelo crivo das blogueiras. "A Hermès não vende a bolsa para todo o mundo. Não posso queimar a mercadoria. Uma vez, uma pessoa da televisão, que eu acho muito brega, pediu uma. Disse que não tinha", diz Flávia.

Em compensação, uma socialite carioca arrematou seis bolsas desse modelo em uma semana, cada uma por cerca de R$ 20 mil. Segundo Daniela, as cariocas e as meninas do interior são as que mais compram.

Entre as marcas mais cobiçadas pela clientela, estão Chanel, Céline e Balenciaga. As dessa última marca, por exemplo, são vendidas por cerca de R$ 2.000 -- novas, custam, em média, R$ 4.500. "Pensávamos que ninguém mais usava Louis Vuitton, mas, quando colocamos uma, vendeu bem rápido", afirma Daniela.

A regra do trio é não dizer quem são as compradoras e as vendedoras, mas, quando a dona da peça é famosa (e desde que ela autorize), o nome pode ser revelado para turbinar as vendas.

A empresária Donata Meirelles, a blogueira Lala Rudge e Marcella Tranchesi, filha da fundadora da Daslu, estão entre as que decidiram "praticar o desapego", como costumam escrever. "A Marcella vendeu umas 30 bolsas, quase todas Chanel. Foi tudo em uma noite", conta Daniela.

 

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