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07/10/2011 - 15h21

Yellow P promove festas itinerantes de reggae por SP

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KÁTIA LESSA
DE SÃO PAULO

O ritual continua o mesmo, mas a parafernália aumentou. Desde 2001, Fábio Murakami, o Yellow P (pronuncia-se "pi"), 31, estaciona o caminhãozinho alugado em algum ponto da cidade, monta seu equipamento de som, convoca dois DJs e o dançarino Jimmy The Dancer e, aos poucos, a multidão começa a se aglomerar para a festa improvisada.

No mês passado, foi ele o responsável pela agitação que reuniu cerca de 3.000 pessoas no vão do Masp na pré-abertura da exposição "De Dentro e De Fora". Por lá, hippies da Paulista e executivos de bancos misturavam-se para curtir variadas vertentes do reggae, sempre processadas pelas técnicas de "dub" (leia quadro ao lado).

O projeto já circulou pela cidade em locais como Sesc Pompeia, parque Trianon, MIS (Museu da Imagem e do Som) e praça Aprendiz das Letras e em eventos como o File (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) e a Virada Cultural. Hoje, ele toca eventualmente na festa Java, no Ego Club Hotel, centro de São Paulo.

Daigo Oliva/Folhapress
Yellow P sobre o paredão de caixas de som de 10 mil watts de potência
Yellow P sobre o paredão de caixas de som de 10 mil watts de potência

Devido aos problemas com o barulho quando se apresenta na rua, a maior parte das festas acontece na periferia, em locais como Itaquera, Vila Patriarca e Carapicuíba. "O Jimmy The Dancer coloca até os idosos pra dançar. O projeto não existe sem ele", diz.

Antes de montar o sistema de som que leva o nome de Dubversão e segue fielmente os padrões jamaicanos -com bailes abertos em vários pontos da cidade-, Yellow P tocou no extinto Urbano, casa no bairro de Pinheiros, e na casa Susi in Transe, que funcionava na República.

Ao mesmo tempo, iniciava as atividades com a aparelhagem que, no início dos anos 2000, sacudia os transeuntes da rua Barão do Bananal, na Pompeia (zona oeste), ou quem estivesse de bobeira no boteco do seu Chico, na mesma rua. "Ele me deixava usar o quadro de luz do bar, e a galera comprava bebida com ele", diz.

Se agora um paredão de caixas de som dá fôlego ao projeto, na época o Dubversão era formado por um mixer e apenas quatro caixas.

Hoje, cinco amigos montam o "soundsystem", que tem 10 mil watts de potência. Além das caixas, são usados um toca-discos Garrard de 1960 (mais adequado ao tipo de som que eles tocam) e uma mesa encomendada da Inglaterra, que levou um ano e meio para ficar pronta. "É mais que um mixer. É a alma do negócio", diz.

A cada apresentação, Yellow P leva duas horas e meia para deixar tudo pronto. "Não tem muita frescura. Só peço para que o lugar tenha um quadro de luz e torço para que não chova."

A primeira vez que o DJ viu um "soundsystem" ao vivo foi na Itália, em 2004. Ele já tocava com uma aparelhagem modesta e viu que poderia melhorar muito. "Minhas caixas não eram próprias para tocar reggae."

Wagner Tavares, o Wagnão, era engenheiro de som dos Mutantes e foi quem ajudou a deixar afiados os equipamentos, que medem, juntos, 2,5 m de altura por 4,5 m de largura.

Mas engana-se quem acha que o barato do "soundsystem" é acumular um paredão de caixas. Yellow P explica que, mais do que ter um equipamento imenso, existe um pensamento de como o som vai circular.

"Não me interessa ter um paredão de caixas como as de um baile funk. O desafio é pensar o espaço para trabalhar a qualidade do som", diz o DJ, que sonha com o dia em que vai ter um espaço fixo para tocar com o Dubversão sem ser interrompido pelo Psiu (Programa de Silêncio Urbano).

Hora do reggae

5 sons que rolam no Dubversão

"Reggae Music" (Johnnie Clarke)
"Money Run Things" (King General)
"The Gun" (Vivian Jones)
"It Must Be a Dream" (Bim Sherman)
"Love a Dub" (Ranking Dread)

O que é "dub"?

É um estilo musical que surgiu na Jamaica no final dos anos 1960. Inicialmente, foi tido como um subgênero do reggae, forma de remix na qual boa parte dos vocais é retirada, baixo e bateria se destacam e efeitos sonoros como sirenes são incluídos.

 

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