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Indignados SP
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ADRIANA KÜCHLER
COLUNISTA DA sãopaulo
Inspirados no movimento anticapitalista "Ocupe Wall Street", manifestantes tomam o vale do Anhangabaú mesmo com frio e chuva. Conheça algumas caras do protesto:
Isadora Brant/Folhapress | ||
Nina Adorno, 24, desempregada, e Tiago Castro, 27, geógrafo, no protesto anticapitalista, no Anhangabaú |
"Já estive em manifestações violentas, mas nunca apanhei porque tenho essa carinha de 'elite branca' [expressão cunhada pelo ex-governador Cláudio Lembo]. Já aconteceu de o cara olhar pra mim e bater na pessoa do lado. Estudo armas menos letais, como spray de pimenta e gás lacrimogêneo, pra saber como reagir. No protesto, pedimos pra evitarem usar maquiagem e filtro solar porque eles podem causar efeitos colaterais em contato com os gases."
Nina Adorno, 24, desempregada
"Temos várias reivindicações: verbas pra educação, gratuidade do transporte público... Aqui, na 'acampada', sou da comissão de segurança. A Guarda Civil Metropolitana veio, com uma atitude ofensiva, e pediu para não armarmos as barracas. Temos os pacificadores, que são pessoas para negociar em momentos de tensão. Não tem arma, só táticas: a gente fica de olho pra ver se tem policial infiltrado... Sempre tem. E somos um movimento pacífico."
Tiago Castro, 27, geógrafo
Isadora Brant/Folhapress |
O estudante João Bagdadi, participante do protesto |
"Sou da comissão de comunicação. Aqui, no Brasil, a divulgação não é tão forte porque a gente não tem um plano de banda larga bom. Fica mais restrito à elite, mais difícil de chegar às massas. Aqui no Anhangabaú, está difícil conseguir conexão. As pessoas estão trazendo comida. Vamos fazer banheiros secos, com serragem, e tentar segurar um pouco... Banho não vai ter hoje, né?"
João Bagdadi, 23, estudante
Isadora Brant/Folhapress |
Fabio Novo, terapeuta |
"Em junho, estava na Espanha e acompanhei o movimento dos 'indignados' em Madri e em Barcelona. Hoje, trouxe uns tapetes que tinha em casa, juntei um grupo e a gente fez um pouco de ioga, alongamento, respiração e o 'ohm', pra dar força. Não é fácil vir acampar no centro de SP, com chuva e frio. Não é só [a manifestação] externa, a gente tem que preservar a conexão interna também."
Fabio Novo, 47, psicoterapeuta
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LÁPIS, PUPUNHA E CERVEJA
Pão de lápis
Cansado de desenhar em guardanapos quando saía para beber com os amigos, o artista plástico Arthur d'Araujo decidiu oficializar a atividade e criou o Pupunha Ink, encontro mensal de ilustradores e designers com o lema "drink and draw" (beber e desenhar). O evento reúne até cem pessoas na padaria Pão de Ló, na Bela Vista. Cartunistas como Arnaldo Branco e Orlando e o artista plástico Stephan Doitschinoff já pintaram por lá.
Noite ilustrada
Comandado por Arthur e pela namorada dele, Marina Grando, o Pupunha começou num "boteco fuleiro" em Pinheiros. "Mas as meninas reclamavam que tinha baratas e mudamos pra um lugar mais arrumadinho", conta ela. No futuro, a ideia é ir de lápis e cuia pra um bar ou balada, já que a padaria fecha às 23h30.
Isadora Brant/Folhapress | ||
Arthur d'Araujo e Marina Grando, organizadores do encontro mensal de ilustradores e designers Pupunha Ink |
Palitinho dramático
Para quem nunca passou do estágio casinha-sol-árvore, Arthur garante que o Pupunha não é só uma chance para iniciados exibirem seus traços. "Vale até boneco de palitinho." Além da cerveja, jogos também servem de estímulo para os inibidos: do clássico "Vamos Colorir?" à "Tabela de Animais", em que se deve rabiscar um mesmo bicho nas versões terrestre, marítimo, aéreo e dramático.
Kit exportação
"Grupos de Salvador, Belém e Erechim (RS) já pediram pra gente promover o evento por lá. Vamos fazer um 'kit Pupunha', com dicas de como reproduzir a fórmula", diz Marina.
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funk k7
O DJ californiano Dâm-Funk, "embaixador do boogie funk" (mistura dançante dos dois ritmos), vai ser a atração do festival Inner Multi.Art, que rola em novembro. Dâm lançou o CD "Adolescent Funk", com faixas gravadas em fitas K7, entre 1988 e 1992.
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