Em São Miguel dos Milagres, depois de rodar Alagoas pernoitando em pousadinhas simples, decidi por uma reserva pelo Airbnb —serviço da empresa criada em San Francisco (EUA) há nove anos e que permite se hospedar em casas no país ou castelos no exterior.
A diária era mais barata do que a dos inflacionados hotéis locais e amigos recomendavam vivamente a convivência com os donos da casa —que, bônus, oferecia uma vista singular desse já cênico trecho de litoral.
Uma das maiores vantagens possíveis de ferramentas como o Airbnb, nas quais moradores alugam quartos para turistas (em casas, apartamentos), é unir o bom preço e as interações dos albergues com a infraestrutura e a privacidade dos hotéis. (E escrevo "possíveis" porque, bem, cada casa é uma casa, nem tudo são flores para todo mundo.)
Na Casa de Ondina, então, como num hotel, dormi em uma cama queen size e ganhei tapiocas quentinhas no café de todas as manhãs. E como num hostel, usei a cozinha e rachei cervejas com os moradores. Qual num hotel, os anfitriões carregaram minhas malas e emprestaram guarda-sol e cadeira de praia. E, qual num albergue, arrumava eu mesmo a cama e recebi a dica de uma lanchonete barata para uma fome noturna. De tanto me sentir em casa, estiquei a estadia em dois dias.
Voltei com a certeza de que em certas viagens o clima pede um hostel informal; em outras, só um hotel resolve; mas sempre pode valer a pena apostar nesse meio-termo.
*
Desde 2012 no Brasil, a plataforma oferece 143 mil anúncios no país.