Dubai é uma cordilheira de arranha-céus resplandecentes num descampado árido lambido pelo mar. Suas torres delirantes de aço e vidro abrigam hotéis de luxo e shoppings inimagináveis, um deles com montanhas de neve para quem quer esquiar no Oriente Médio e um aquário cheio de tubarões. Toda noite, jatos d'água iluminados dançam ao som da música do lado de fora do maior desses centros comerciais, o Dubai Mall, que fica à sombra do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa. Tudo em Dubai é maior, mais alto, mais brilhante, mais caro, mas também mais cafona, mais artificial, mais infernal.
Desde que uma enxurrada de petrodólares inundou essa antiga colônia de pescadores nos Emirados Árabes Unidos, o lugar se tornou um sinônimo de extravagância e ostentação. Às margens de uma parte do mundo marcada por guerras e conflitos intermináveis, Dubai é uma ilha de paz habitada em grande parte por expatriados a serviço de multinacionais e uma minúscula população local, de homens de túnica branca e mulheres de burca e bolsas Prada.
Virou ainda um ponto estratégico do tráfego aéreo, com um aeroporto faraônico e voos diretos para qualquer parte do planeta, um fator decisivo para que surgisse ali uma espécie de Disneylândia de adultos, com bons restaurantes, boates e campos de golfe.
Nos últimos anos, o mercado de arte também fincou raízes na cidade, com a feira Art Dubai e galerias e centros culturais desenhados por arquitetos da moda, como o Concrete, do holandês Rem Koolhaas.
Hordas de turistas inebriados pela promessa de um novo e admirável mundo kitsch ainda desbravam a metrópole atrás de uma versão mais clean e pasteurizada da cultura árabe, reduzida ali a um elemento exótico pronto para o consumo ocidental.
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