Saudosos bailes, gigantescos blocos e desfile na Sapucaí marcam Carnaval no Rio
Durante boa parte do século passado, os grandes bailes, cheios de luxo e esculhambação, eram a cara do Carnaval do Rio. Depois, os blocos de rua começaram a reconquistar espaço, o confete e a serpentina deram lugar ao gliter, e os bailes viraram mais sinônimo de festa infantil. Mas, nos últimos anos, eles têm tido uma retomada. Hoje, vão de 0800 a gala completo, de repertório de marchinhas a pop.
O baile do Copacabana Palace, por exemplo, é um desfile de celebridades. Neste ano, o tema será Gipsy Folie, inspirado na cultura cigana. É preciso ir em traje de gala ou fantasias de luxo —ingressos a partir de R$ 2.625.
O do Sarongue, organizado e frequentado por artistas, é considerado o mais "cool". O endereço é revelado só pertinho da noite da festa, e os foliões capricham na fantasia. O clima pode ser um pouco de "ver e ser visto", mas com loucuras de Carnaval.
Para quem quiser imitar o passado, a tradicional casa de samba Rio Scenarium faz um baile de máscaras com marchinhas, sambas-enredo e marchas-rancho.
Para ficar no presente, o bloco da Preta Gil, por exemplo, fará um baile com Pabllo Vittar.
Mais longe da região central, ocorrerão bailes populares em pontos das zonas norte e oeste, com palcos tocando instrumentos de sopro e festas só para as crianças.
Já o Carnaval de rua será marcado por um clima de oposição à gestão de Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal. A impressão de muitos foliões é que ele vem tentando "domar" a festa, mudando o trajeto de blocos e reduzindo a subvenção às escolas de samba e às atrações do feriado.
Na rua, a prefeitura autorizou 473 blocos a desfilar neste ano. Nesse grupo há os arrasa-quarteirão, como a Banda de Ipanema, o Sovaco de Cristo e o Simpatia É Quase Amor, que atraem multidões. E há os que têm um pé no "alternativo" e outro no "mainstream", como o Amigos da Onça, que toca marchinhas, axé e até músicas dos Mamonas Assassinas.
Não estão nessa conta os não-oficiais, que não têm autorização para sair, porém saem mesmo assim, com milhares de foliões, pelas ruas da região central da cidade. Para muitos, é essa a folia que interessa. O maior símbolo dessa corrente é o infindável e indomável Cordão do Boi Tolo, que sai sem roteiro e sem mapa no domingo de manhã e só acaba na madrugada seguinte.
Parece que 2018 será o Carnaval de ritmos diversos. O Rio Carnaval dos Sonhos, festival que ocorrerá no Maracanã em 9, 10 e 12 de fevereiro, terá Wesley Safadão, os DJs Vintage Culture e Alok e as duplas Matheus e Kauan e Jorge e Mateus. O pacote de três noites vai de R$ 480 a R$ 1.050.
Finalmente, há o programa mais emblemático: o desfile das escolas de samba na Sapucaí, que, embora tenha perdido espaço para os blocos de rua, ainda atrai muita gente. Nos barracões da Cidade do Samba está sendo gestado um Carnaval de críticas sociais e com ataques diretos a políticos.
Só não deve vir ao Rio quem não suporta bagunça. A cidade do prefeito tido como conservador promete uma folia ainda mais enérgica do que de costume.
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