Artistas e símbolos espalhados pela Cidade do México mostram o que o mundo deve ao país
Entre os murais pintados por Diego Rivera (1886-1957) no Palácio Nacional, há uma lista em que o artista enumera as contribuições de sua terra aos demais países. "O mundo deve ao México: o milho, o feijão, o cacau, o algodão, a agave, o tomate, o amendoim, o atum (...)".
Extensa, a relação concentra-se nas colaborações do seu povo nas áreas da agricultura e botânica. Mas, e se ele estivesse vivo e visitasse a capital hoje, quais contribuições fariam jus a uma nova lista?
Talvez começasse com o nome de sua ex-mulher Frida Kahlo (1907-1954), que se tornou um ícone feminista mundo afora. A casa em que viveram entre 1929 e 1954, no colorido e boêmio Coyoacán, é um museu disputadíssimo —510 mil passaram pela casa em 2017, metade deles estrangeiros. O que atrai tantos é a história dela recontada por meio de quadros, desenhos, roupas e livros, entre os quais "Un Turista en el Brasil", de Jose Casais, e "From Here To Eternity", de James Jones.
No caminho pelos cômodos da "Casa Azul", um deles o quarto em que o dissidente soviético Leon Trótski foi abrigado, frases atribuídas à artista dão pistas tanto de sua relação passional com Diego, às vezes conflituosa, quanto aos problemas de saúde que enfrentou.
Após Frida, ele poderia citar o Museu Nacional de Antropologia, o mais visitado do país entre os 101 locais administrados pelo governo. Só ele atraiu 6.400 visitantes por dia no ano passado.
Gigantesco, o espaço reúne uma coleção de peças datadas a partir do século 18. Entre elas está a "Pedra do Sol", encontrada em dezembro de 1790 e erroneamente identificada no início como o calendário asteca. Na verdade, tratava-se de um altar que, se acredita, tenha sido um palco para o combate de guerreiros.
A instituição fica dentro do bosque de Chapultepec, uma área verde equivalente a quatro parques Ibirapuera. Valeriam a menção de Diego tanto o bosque, exemplo de preservação de uma área verde, quanto o castelo homônimo existente nele. Construído no fim do século 18 num ponto alto da cidade, o prédio oferece uma bela vista panorâmica da capital.
O local é conhecido por ter sido o cenário da batalha de Chapultepec, em 1847, quando jovens cadetes o defenderam durante a invasão dos EUA. As menções ao conflitos estão espalhadas pelo hoje Museu Nacional de História —o segundo mais visitado do país, com público médio de 5.850 pessoas por dia.
O próximo item da lista poderia ser o Templo Mayor, na praça da Constituição, a Zócalo. Trata-se do terceiro mais visitado do país. Em média, o vaivém no espaço supera 2.000 pessoas por dia, que, vistas do alto, transformam em formigueiro as ruínas do principal templo de Tenochtitlan, a capital do império asteca. Ali, eram realizados rituais dedicados a deuses, nomeações de líderes e funerais.
Vencida a zona arqueológica, um prédio abriga mais de 7.000 peças, encontradas em escavações efetuadas na área entre 1978 e 1982. Os objetos traçam capítulos da história mexicana, como a produção agrícola e o comércio.
Ainda mereceriam um lugar no novo mural a praça Zócalo, pela impressionante arquitetura dos prédios que a cercam, a eficiente e extensa rede de metrô, cujo bilhete custa R$ 0,85, e o exemplo do povo mexicano em preservar, difundir e revisitar suas memórias.
Quando pronta, a lista poderia ser enviada ao presidente norte-americano Donald Trump, que, do outro lado do muro, aparenta desconhecer as raízes mexicanas e os exemplos que o país oferece ao mundo.
Os jornalistas viajaram a convite do IHG.
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