Ministro defende fomento a transporte coletivo e parceria privada

LEONARDO NEIVA
DE SÃO PAULO

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, classificou como um erro os grandes subsídios oferecidos pelo governo brasileiro à indústrias automobilísticas de transporte individual nas últimas décadas. Segundo ele, o país não investiu o suficiente para que as vias suportassem o aumento do tráfego e, por isso, as metrópoles sofrem hoje com trânsito e congestionamentos.

"Esse subsídio precisa ser repensado, para podermos angariar a parcela de recursos que não é arrecadada e encaminhá-la à mobilidade urbana", afirmou. Além do transporte público, o ministro defendeu investimentos em ciclovias e em modelos de compartilhamento de automóveis.

Baldy fez a palestra de encerramento do 2º Seminário Mobilidade Urbana, promovido pela Folha, com patrocínio do grupo CCR e da Uber, nesta segunda-feira (22).

Crédito: Keiny Andrade/Folhapress Ministro das Cidades do governo Michel Temer, Alexandre Baldy
Ministro das Cidades do governo Michel Temer, Alexandre Baldy

O ministro elogiou a última fase do projeto do metrô de Salvador, construído em modelo de PPP (Parceria Público-Privada) com o grupo CCR. Segundo ele, o metrô da cidade, cujas obras tiveram um atraso de 12 anos na conclusão, deve servir hoje como exemplo para outras capitais brasileiras.

"Esta manhã mesmo estive com o presidente Michel Temer, e foi assinado investimento de R$ 300 milhões para a expansão de duas linhas do metrô de Brasíia", afirmou.

Em sua fala, Baldy também salientou a importância do investimento privado para o avanço na construção de bens públicos e para atrair capital estrangeiro em um momento de crise.

O ministro ainda comentou a possibilidade de usar big data –reunião de dados em grande quantidade–, com informações sobre o trânsito de todas as cidades do Brasil, para a construção de uma política pública federal de mobilidade que seja inclusiva.

"Precisamos conseguir realizar projetos de acordo com as singularidades de cada lugar. O Brasil é um país muito divergente entre suas regiões. E a sociedade está cada vez mais exigente com o uso da tecnologia para aprimorar serviços públicos", afirmou.

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